O álcool mata cerca de 3,3 milhões de pessoas no mundo a cada ano,
ou cerca de uma pessoa a cada 10 segundos, de acordo com um comunicado da OMS.
Essa
taxa é maior do que as mortes causadas pela AIDS, a tuberculose e a violência
combinados.
De
acordo com o "Relatório mundial sobre álcool e saúde de 2014", 5,9%
das mortes no mundo são atribuídas ao álcool. O que é ainda mais assustador é
que 7,6% de todas as mortes envolvem homens. Essa é uma quantidade enorme,
considerando que essa é uma droga legal e comercializada com muita facilidade.
É
preciso mudar esse quadro: como o relatório afirma, o abuso de álcool é uma
pandemia global e os governos precisam tomar medidas para proteger seus
cidadãos. As melhores soluções pensadas são o aumento dos impostos, aumento da
idade legal para beber e melhorar a regulamentação do comércio de bebidas
alcoólicas. A OMS também chama a atenção dos governos para realizarem campanhas
nacionais de sensibilização e prestação de serviços no tratamento para
alcoólatras.
"Algo
a mais precisa ser feito para proteger a população contra as consequências
negativas que o álcool tem para a saúde", diz o Dr. Oleg Chestnov,
diretor-geral adjunto de doenças não transmissíveis e saúde mental. "O
relatório mostra claramente que não há espaço para complacência quando se trata
de reduzir o uso nocivo do álcool".
A
maioria das mortes por álcool provém de doenças cardiovasculares e diabetes,
mas também há a cirrose e a fragilidade do sistema imunológico. A outra
porcentagem de 17,1% de todas as mortes relacionadas ao álcool envolvem
acidentes de trânsito ou ainda à violência induzida pela bebida.
Regionalmente
falando, a OMS aponta que, com o aumento da riqueza global, as nações como
Índia e China estão tendo as maiores taxas de consumo de bebida alcóolica,
possuindo cada vez mais vítimas dessa droga. Entretanto, a Europa Oriental e a
Rússia, batem recordes no exagero. Homens na Rússia chegam a beber em média 32
litros de álcool puro por ano, quase o dobro da média de um consumidor em todo
o resto do mundo.
Avaliando
esses dados, o preconceito com outras drogas chega a ser antiquado e ínfimo.
Incapacidade de reduzir o uso, consequências alarmantes para o indivíduo que
consome e para toda uma sociedade são apenas alguns dos argumentos usados para
drogas que, em grande parte dos países, são consideradas ilegais.
No
entanto, o álcool, mesmo com todos esses índices, é legal, e os governos
federais e estaduais dedicam uma atenção exagerada para prevenir as pessoas
desse uso de outras drogas. Se os países estão tão empenhados em combater o
abuso de substâncias, então o álcool seria um alvo óbvio.
Já
houve tentativas, mas não tiveram muito sucesso. É preciso uma campanha com
mais ênfase e uma reeducação das pessoas com relação ao consumo de bebidas
alcóolicas e colocar um maior controle sobre isso, afinal, elas também são
drogas, que mudam a vida de um indivíduo e afeta a vida de toda a sociedade.
Por: Priscila Nayade
Fonte: Jornal Ciência
Tags:
Saúde