As pessoas que haviam sofrido acidentes ou quedas de moto eram
aliciadas no hospital e acabavam sendo vítimas do golpe, que prometia o
pagamento do benefício de forma mais rápida
O
Ministério Público do Estado do Ceará apresentou, nesta quarta (11), uma
denúncia criminal contra 13 pessoas acusadas de fazerem parte de um esquema de
fraude no Seguro DPVAT em Itapipoca, Amontada,
Uruburetama, Tururu e Trairi. As acusações são: associação criminosa, falsificação de documentos públicos, falsificação de documentos particulares, falsidade ideológica, falsidade ideológica qualificada, emissão de certificado ou atestado ideologicamente falso, inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção ativa, coação no curso do processo e estelionato.
A
denúncia resulta de um trabalho de investigação que vem sendo desenvolvido desde
2011. Nos últimos meses, a ocorrência de inúmeros casos
suspeitos de fraude levou a uma intensificação
das investigações, nas quais colaboraram também advogados e
auditores da Seguradora Líder,
consórcio de empresas que gerencia o Seguro DPVAT no Brasil.
De acordo
com informações apuradas pelo delegado responsável pelo caso, Marcos Aurélio
Elias de França, ficou claro que o esquema funcionava com a captação de pessoas
que teriam se envolvido em acidentes e outras ocorrências não exatamente de
trânsito, como, por exemplo,quedas.
Elas eram aliciadas no hospital e acabavam sendo vítimas do golpe.
Depois disso, o grupo falsificava
documentos para
ingressar com o pedido de indenização.
Muitas das vítimas eram convencidas com a promessa de que receberiam o dinheiro de forma mais rápida,
mas elas deveriam pagar à quadrilha um percentual que chegava a 50% do valor do
seguro.
Segundo
as investigações do MPCE, encabeçadas pelo promotor Francisco Lucídio de
Queiroz Júnior, há também o envolvimento de médicos e
outros profissionais de saúde, mas eles ainda não foram
denunciados. O MPCE irá apresentar um aditamento para incluí-los no rol de
acusados logo que houver a conclusão de trabalhos complementares. O promotor
responsável pelo caso faz um alerta às vítimas de acidentes que desejem receber o
Seguro DPVAT, lembrando que não é necessário se sujeitar a
agenciadores para
receber a indenização.