Um bebê de seis semanas de idade acabou morrendo sufocado durante uma noite de sono, depois de seus pais o levarem para dormir com eles na cama.
Paul Pearson, de 24 anos e Emily Lambert, de 22, colocaram seu filho Noah em um moisés (um tipo de caminha) ao lado da cama do casal quando eles chegaram em casa após uma saída noturna, em Bradford, na Inglaterra.
Quando o bebê Noah acordou chorando às 5h, Pearson retirou-o da cesta, deu a mamadeira e o levou para a sua cama, onde ele embalou o menino entre ele e a mãe, até adormecer.
Porém, quatro horas mais tarde, Pearson acordou e, ao olhar seu filho, notou que ele estava inconsciente, com sangue saindo de seu nariz. Ele imediatamente chamou uma ambulância, mas Noah foi declarado morto, no Hospital de Bradford Royal.
Em um inquérito sobre a morte do bebê, um médico disse que ela foi fruto de uma "tragédia" e advertiu outros pais sobre os perigos de dormir com seus bebês em sua cama.
O médico legista do Tribunal de Bradford declarou que Noah morreu pela Síndrome da Morte Infantil Súbita (SIDS), depois de ter sido privado de oxigênio. Porém, alegou que um fator poderia ter contribuído para a morte do bebê, que teria sido a ingestão alcoólica que seus pais teriam feito antes da noite de sono, combinado ao aquecimento excessivo sobre o bebê.
Depois do inquérito, o pai de Emily Lambert, Mervyn Lambert, pediu uma campanha nacional de sensibilização sobre os perigos de manter os bebês na cama após o consumo de álcool. "Criei três filhos saudáveis e todos compartilharam nossa cama. É terrível o que aconteceu, obviamente, e minha filha e seu parceiro estão, como todos nós, de coração partido. Eu gostaria de ver uma campanha nacional para sensibilizar sobre esse risco de manter um bebê na cama após o consumo de álcool”, declarou.
Emily Lambert disse que ela consumiu apenas um copo de vinho antes do incidente. “Nós nem bebemos muito. A última vez que havíamos saído, eu estava de férias, um ano antes de eu ter o bebê. Nós só queríamos nos divertir um pouco, foi apenas uma taça de vinho”, lamentou.
O consultor pediatra, Eduardo Moya, disse ao tribunal que o incidente tinha sido uma "tragédia" na qual ninguém era culpado. Ele disse que testes mostraram que não havia anormalidades nos órgãos do bebê, que apontavam para a síndrome de mortes inesperadas.
Mas o médico também disse que a decisão dos pais, de dormirem com o bebê após terem consumido álcool, pode ter contribuído com a morte. "Esta foi uma tragédia e não há nenhum culpado, mas eu acredito que é importante conhecer a etimologia da SIDS. Estes são fatores que contribuem, porque não sabemos a causa final da síndrome”, disse.
Dr. Moya tinha dito na audiência que havia uma série de fatores que podem ter contribuído com a morte de Noah. "O conjunto não deliberado e infeliz de circunstâncias é bem documentado - partilhar a cama com os pais, combinados com o consumo de álcool. Além disso, os pais haviam fumado, o que poderia ser um fator contributivo à morte, já que o bebê tinha uma infecção nasal (rinossinusite)”,relatou o médico.
"Há uma série de fatores de risco que aumentam a probabilidade de ter SIDS. Uma razão pela qual o compartilhamento da cama com bebês é considerado perigoso, é que um dos pais poderia rolar por cima do bebê no meio da noite. Logo em seguida, vem o consumo do álcool, que aumenta a fadiga durante a noite, podendo reduzir o nível de consciência mental dos pais”, explicou Moya.
Ele também disse que o excesso de aquecimento é outro fator que aumenta a chance de um bebê morrer de SIDS.
"A razão de eu dizer tudo isso é que essas informações são importantes. Se soubermos quantos fatores de risco existem em situações do tipo, podemos ajudar na conscientização nos cuidados com os bebês”, finalizou.
Via Jornal Ciência