O consulado afirma que o sentimento dos parentes é de apreensão. Eles ainda confiam na Polícia brasileira para elucidar o caso. Próxima semana haverá encontro do consulado com parentes dela, em Piacenza, na Itália
Sete meses após a morte da turista Gaia Molinari, 29, a família ainda cobra Justiça e que seja descoberto quem matou a italiana na praia de Jericoacoara, em Jijoca. O crime aconteceu em 24 de dezembro do ano passado. No entanto, ainda não houve a prisão do autor ou autora do crime, que segue com identidade desconhecida.
Sete meses após a morte da turista Gaia Molinari, 29, a família ainda cobra Justiça e que seja descoberto quem matou a italiana na praia de Jericoacoara, em Jijoca. O crime aconteceu em 24 de dezembro do ano passado. No entanto, ainda não houve a prisão do autor ou autora do crime, que segue com identidade desconhecida.
Segundo o vice-cônsul da Itália no Brasil, Roberto Misic, na próxima segunda-feira, 27, o italiano Cesare Viloni, assistente social do consulado, embarca para a Itália. O destino é a cidade de Piacenza, cidade natal de Gaia, onde também estão os parentes mais próximos, como a mãe dela, Valentina Carraro.
Ainda conforme o cônsul, baseado nas últimas conversas com a família, o sentimento é de apreensão. “O nosso responsável pela parte social, que esteve com a família, diz que eles estão apreensivos pela resposta do autor do crime. Eles esperam pela Polícia, mas não temos nada de positivo. O consulado só pode aguardar, pois não podemos interferir no trabalho da Polícia brasileira”.
Ainda conforme Misic, em junho houve uma reunião com a Polícia do Ceará, com a presença do cônsul de Recife, para que houvesse uma atualização do que está acontecendo, mas não houve nenhum avanço positivo nas investigações.
A delegada responsável pelo caso desde a data do crime, Patrícia Bezerra, era a adjunta da Delegacia de Proteção ao Turista, e hoje é diretora adjunta da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas.
No dia seguinte ao crime, Patrícia Bezerra mandou trazer para Fortaleza a colega de quarto de Gaia, Mirian França. A carioca, que estava em Aracati, compareceu à delegacia acompanhada por militares na condição de testemunha, mas passou a ser suspeita e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Houve também uma denúncia de que um nativo estaria envolvido no crime. Ele ainda foi encaminhado à Fortaleza, mas passou por uma acareação, fez exames e, em seguida, foi liberado.
Investigação
Mais dois delegados foram designados para cuidar das investigações: Danilo Rafanele, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa e, Romel Kerth, diretor do Departamento de Polícia Especializada.
Segundo a delegada Patrícia, as diligências continuam. Acerca dos estrangeiros que estiveram com Gaia durante o período em que ela permaneceu em Jericoacoara, eles prestaram esclarecimentos e a Polícia mantém contato com eles.
O POVO conversou com uma funcionária da pousada em que Gaia esteve hospedada em Jericoacoara. A mulher pediu para não ser identificada e informou que, na região, ainda são feitas indagações sobre a morte. Ela relata que todos da pousada foram orientados a não falar sobre as investigações ou sobre as perguntas que tiveram de responder à Polícia.
Para entender
16/12/2014. A italiana Gaia Molinari chega a Fortaleza. Ela se hospeda em uma pousada, no Centro, onde teria conhecido Mirian França, pessoalmente.
21/12/2014. Gaia e Mirian viajam juntas para Jericoacoara. Previsão de retorno era a véspera de Natal, 24. A italiana retornaria à Capital e Mirian seguiria para Canoa Quebrada. Porém, apenas a carioca apanhou o ônibus.
25/12/2014. Gaia foi encontrada morta na localidade de Serrote, em Jijoca, com sinais de estrangulamento. Ela estava próxima a uma trilha, que é rota de acesso para a Pedra Furada, um dos principais pontos turísticos locais.
26/12/2014. O laudo da necrópsia confirma que Gaia foi morta por asfixia mediante estrangulamento. Mirian presta depoimento na Deprotur, na condição de testemunha.
28/12. A carioca é levada de Canoa Quebrada até Jericoacoara, onde participa de uma acareação com um italiano, e presta novo depoimento.
29/12. Ao retornar para a Capital, Mirian é presa temporariamente por causa de versões contraditórias prestadas à Polícia.
05/01/2015. Defensores públicos montam uma força-tarefa para libertar Mirian. Eles alegam prisão ilegal. Polícia rebate as acusações.
12/01/2015. Corpo de italiana é levado para a Itália.
13/01/2015. O juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da Comarca de Jijoca, revoga a prisão de Mirian, mas determina que ela permaneça na Capital por 30 dias.
14/02/2015. Mirian França é liberada e volta ao Rio de Janeiro.
11/03/2015. Juiz estabelece mais 45 dias para novas investigações.
24/03/2015. Defensoria entra com mandado de segurança contra a Polícia pedindo o fim da exposição de Miriam e acesso ao inquérito.
Dia não informado. Pela segunda vez, os autos foram remetidos à Justiça, juntamente com uma solicitação de mais prazo para novas diligências.
Via O Povo