Agricultor pode ter todas as informações que desejar sobre o tempo, seja no celular, na internet, impressas ou no computador
Uma equipe de pesquisadores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), comandada pelos professores Jose Wally e Jorge Fredericson, desenvolveu uma rede de sensores sem fio de baixo custo para sensoriamento remoto de parâmetros agrícolas e aplicação no semiárido cearense.
A rede irá monitorar os seguintes parâmetros: temperatura, umidade relativa do ar, pressão barométrica, umidade do solo, ocorrência de chuva e fluxo d’água usado na irrigação. A ideia surgiu a partir da dificuldade dos agricultores em obter dados quantitativos e qualitativos, como temperatura, umidade e alcalinidade do solo, sobre cada área da plantação, o que acarretava no cultivo das lavouras, suscetíveis a estresses hídricos e térmicos.
Para o desenvolvimento do projeto, apoiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), a equipe realizou pesquisas na literatura científica do tema, a modelagem do sistema e a implementação e testes dos protótipos. Um dos principais desafios foi conseguir um produto de fácil manutenção e aquisição pelos agricultores familiares.
“Ao final do projeto, conseguimos unir qualidade, segurança e precisão nas medidas, baixo consumo de energia, integração com novas tecnologias e, o mais importante, um produto com alta eficiência, durabilidade e de fácil manutenção”, comemora José Wally.
“O protocolo de comunicação sem fio utilizado é focado no baixo consumo de energia e transferência de dados on-line”, destaca José Wally, professor do IFCE. De acordo com o pesquisador, os módulos são alimentados por baterias recarregáveis, e as informações são visualizadas e armazenadas em um computador comum, possibilitando ao agricultor manter um histórico das aferições dos sensores para cada estágio do cultivo.
“Também não é necessário tê-lo (computador) para o sistema funcionar. O agricultor poderá ter todas as informações que desejar em seu celular, na internet, impressas ou no computador”, acrescenta o pesquisador.
Segundo o professor do IFCE, a pesquisa mostrou um grande potencial de aplicação tanto no Ceará quanto em outras regiões do país. “É importante ressaltar que a agricultura no semiárido cearense sofre bastante com a escassez de recursos, sobretudo de água, e esta tecnologia fornece suporte sofisticado para que o agricultor familiar possa acompanhar o estado físico de sua lavoura”, conclui.
Via Tribuna do Ceará