Os primeiros relatórios emitidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apontam que o medicamento não age contra tumores
Desde a década de 1980, o hoje professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) Gilberto Chierice estuda afosfoetanolamina, uma substância produzida pelo corpo humano e que tem ação antiproliferativa que controla a morte celular programada.
Desde a década de 1980, o hoje professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) Gilberto Chierice estuda afosfoetanolamina, uma substância produzida pelo corpo humano e que tem ação antiproliferativa que controla a morte celular programada.
Bombardeada por liminares emitidas pela Justiça, a USP se viu obrigada a produzir a substância na forma do que veio a se chamar “pílula do câncer”. Por comunicado, no entanto, a universidade descartou a possibilidade da fosfoetanolamina servir como remédio.
“Essa substância não é remédio. Ela foi estudada na USP como um produto químico e não existe demonstração cabal de que tenha ação efetiva contra a doença”.
Foi justamente essa a conclusão que cinco relatórios emitidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) chegaram. Segundo o parecer, a fosfoetanolamina, principal componente da “pílula do câncer”, não age contra o tumor,tampouco destrói as células cancerosas.
“Testamos dois tipos de células tumorais e três métodos diferentes. E se comprovou que o composto não tem efeito, nem mesmo em concentrações milhares de vezes maiores do que as usadas clinicamente”, afirmou Alicia Kowaltowski, pesquisadora do Instituto de Química da USP.
Entre os vários compostos encontrados nas pílulas, somente a monoetanolamina apresentou, de fato, potencial de destruição das células cancerosas de carcinomas de pâncreas. Ainda assim, a eficácia do medicamento é bem menor que a apresentada por tratamentos como a quimioterapia, por exemplo. “Entretanto, a monoetanolamina já foi apontada como tóxica quando ingerida em grande escala em estudos anteriores”, conclui a pesquisadora.
Gabrielle Scattollin, médica da Aliança Oncologia, concorda com Alicia e aponta o caráter experimental do medicamento. “Por enquanto, a cápsula pode ser considerada apenas um remédio experimental, quase uma curadoria, sem nenhuma comprovação de eficácia. Até hoje não existe remédio que sirva para o tratamento de todos os tipos de câncer e é pouco provável que isso possa acontecer”, aponta.
Esperança
Ainda que as pesquisas reprovem a droga, pacientes com câncer e familiares fazem veemente campanha para a liberação da substância. Em redes sociais como o Facebook, não é difícil encontrar grupos onde usuários organizam protestos e trocam informações com os melhores atalhos para se conseguir a “pílula do câncer”.
No começo de março, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que garante a distribuição da pílula, mas também apontou que caso os estudos não comprovassem eficácia do medicamento, voltaria atrás com a decisão. Até o final de 2015, foram movidos 13 mil processos contra a USP, instituição que produz a medicação, por pacientes que exigem o fornecimento da substância.
Via Tribuna do Ceará
Essas informações são absurdas e praticamente sem validade científica. Fosfoetanolamina não é quimioterápico, não mata célula tumoral. É apenas um marcador para esse tipo de célula. O papel de destruir cabe ao organismo. Esses "pesquisadores" deveriam saber disso antes de testar, porém fizeram os mesmos testes que se faz com quimioterápicos. Óbvio que não ia funcionar. Pode entupir a célula com a substância e ela não vai morrer, pois a molécula não é tóxica a ponto de matá-la. A única coisa que poderia ser constatada seria atividade antiproliferativa, mas nem isso foi possível observar devido a baixa concentração usada. Foram testes inúteis. Essa Alícia deveria ao menos se informar sobre o tipo de substância que se está pesquisando e o que esperar dela. Se tivesse lido algumas das centenas de pesquisas já feitas com a fosfoetanolamina saberia disso. Foi um verdadeiro desperdício de dinheiro público; pesquisas feitas com metodologia errada e divulgadas de modo irresponsável. Tá aí o resultado. Blogs, sites, programas de tv e, claro, oncologistas, espalhando a informação equivocada de que "foi comprovado que não funciona". Que vergonha! Sugestão ao bloq que esclareça isso futuramente em outra matéria.
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