Cerca de 4,6 milhões de profissionais autônomos, como Atílio Granzotto, apostam no setor de Vendas Diretas como alternativa para geração de renda.
Aos 23 anos, Atílio Granzotto já havia acumulado diversas experiências no currículo em variados tipos de comércios. Mas o trabalho em uma loja da Rua Oscar Freire, um dos pontos de comércio mais nobres de São Paulo, o levou a tomar uma decisão: iria ficar rico.
“Eu via as pessoas bem-vestidas, carros importados e me questionava quando teria uma vida assim. Pesquisei como poderia ficar rico e descobri o livro ‘Pai Rico, Pai Pobre’. Ao ler, percebi que estava fazendo tudo errado.”
Então, Granzotto pediu demissão do trabalho e arriscou alguns bicos até ser convidado por um amigo para fazer parte da rede de marketing da marca Hinodê. “Quando conheci o negócio, me perguntei: Por que eu demorei tanto tempo para ingressar? E a segunda: Como iria vender?”, conta. Sua estratégia inicial foi oferecer para amigos e abordar pessoas nas ruas. Logo criou uma rotina para comercializar seus produtos no período da manhã. No restante do dia, se dedicava aos estudos para aprender a vender e empreender mais.
Devido ao ótimo desempenho, aos 26 anos, Granzotto tem sua própria rede de Marketing Multinível, com faturamento de R$ 50 mil por mês, e esbanja prêmios como viagens internacionais, joias e até um carro. “Ouvi muito mais a palavra não do que sim, mas não deixei me influenciar. Desde então, falo todos os dias do meu negócio, invisto na minha cultura e convido pessoas para conhecer essa oportunidade que mudou a minha vida”, ressalta.
Mercado promissor
O setor de Vendas Diretas é uma das alternativas para quem deseja empreender sem sofrer com a carga tributária. Nela, o consultor ou distribuidor independente fica sujeito apenas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sob o regime de Substituição Tributária (ICMS/ST).
O setor de Vendas Diretas é uma das alternativas para quem deseja empreender sem sofrer com a carga tributária. Nela, o consultor ou distribuidor independente fica sujeito apenas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sob o regime de Substituição Tributária (ICMS/ST).
O diretor de marketing da UP Essência, Vagner Aguilar (Foto: Liliane Lemma)
“Antes de uma posterior saída ou circulação da mercadoria, o imposto é retido e recolhido”, explica o diretor de marketing da UP Essência, Vagner Aguilar.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABVED), a área ganhou destaque no Brasil mesmo no momento de crise econômica e fechou 2015 com 4,6 milhões de profissionais autônomos. A tendência é de que o volume de negócios atinja R$ 42,8 bilhões até 2019, conforme dados do Euromonitor Internacional. “Os ganhos dependem do esforço individual”, destaca Aguilar.
Pirâmides
Entretanto, Aguilar adverte: “Algumas empresas sem legitimidade, conhecidas como pirâmides financeiras, trazem uma aparência distorcida ao mercado.” A motorista escolar Marisa Bonfim Santana, de 46 anos, foi uma vítima. Em 1991, ingressou em uma delas com a promessa de grandes rendimentos. Convidou amigos e investiu um dinheiro que nunca mais viu. “Pensei que seria fácil, participei de reuniões, apresentei amigos, mas quando chegou o momento de receber a minha parte o negócio quebrou e todos, da minha rede, tiveram prejuízos. As pirâmides se espalham, tomam proporção enorme e você perde o fio da meada.”
Segundo o sócio do escritório Pascoal Lopes Advogados, Vinicius Pascoal, a movimentação de capital das pirâmides sem troca de benefícios é crime (Lei 1.521/51). “Ao ingressar em um negócio, o interessado deve investigar a empresa, os produtos ou serviços oferecidos, conversar com revendedores, conhecer a política de remuneração e se atentar para casos em que é oferecido muito dinheiro em pouco tempo”, orienta o advogado. “Quando for convidado, pesquise sobre a empresa no site da ABVD, estude o segmento com o qual tem mais afinidade e é mais atrativo para a sua rede de contatos e que pode ajudá-lo a atingir os seus sonhos e metas”, completa Aguilar.
Via O Amarelinho