O valor máximo de revenda, na Capital, chegou a R$ 4,89; no Interior, em Viçosa, foi de R$ 5,02
Da noite para o dia, o fortalezense se deparou com um aumento de quase 30 centavos no preço do litro da gasolina sendo vendido em boa parte dos postos pela cidade. O valor máximo de revenda passou de 4,59 - medido pelo levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - para 4,89, segundo pesquisa efetuada pelo Diário do Nordeste, durante a tarde da última quarta-feira (23). A diferença representa uma variação de 6,54% em menos de 24 horas. Ainda mais surpreendente, no Interior, o preço do combustível superou os R$ 5 nesta quarta.
Já a variação entre os postos pesquisados pela reportagem chegou a apresentar uma diferença de quase 10%, com o preço mais barato na revenda do litro de gasolina chegando ao patamar de R$ 4,48. O valor foi encontrado no posto da bandeira Shell, na avenida Barão de Studart, chamado de Bela Vista 2. O registro foi feito por volta das 17h da última quarta. Considerando o preço mais alto, encontrado em outro posto da bandeira Shell, mas na avenida Pontes Vieira, onde a gasolina estava sendo vendida a R$ 4,89, a flutuação na Capital chegou a marcar 9,15%. Em Viçosa, na região norte do Estado, a gasolina era vendida a R$ 5,02.
Um ponto positivo da passagem da terça para a quarta-feira é que o preço mínimo da gasolina registrado em Fortaleza caiu alguns centavos. Enquanto que o levantamento de preços da ANP, válido para a semana entre os dias 13 e 19 de maio, apontava um valor de R$ 4,54 para o litro da gasolina, a pesquisa feita pela reportagem encontrou mais de um posto revendendo o combustível abaixo dos R$ 4,50.
Além do posto Shell na Barão de Studart, um estabelecimento na avenida Raul Barbosa, da bandeira Ipiranga, vendia gasolina a R$ 4,49. Mas de acordo com funcionários do posto, o preço deverá mudar a partir do momento que o estoque acabar e o insumo for substituído com o preço atualizado. Naquele posto, chamado de Jaguar, o movimento de motoristas era intenso, com muitos do que paravam para abastecer por ali falando que a oportunidade era boa demais para ser deixada de lado.
"Esses aumentos são um absurdo e tem prejudicado muito. Eu tenho pesquisado bastante e esse aqui, de R$ 4,48, foi o mais em conta, então eu já parei para abastecer e garantir o tanque cheio", disse o vendedor autônomo Neto Aguiar, de 32 anos.
Opinião que é compartilhada pelo estudante Artur Sombra, 21, que reclamou do impacto que os reajustes tem causado no orçamento nos últimos dois anos, quando ele comprou o carro. De acordo com Artur, uma pequena diferença no preço em alguns postos já é motivo para parar e abastecer o tanque.
"Vários aspectos influenciam no preço, mas o governo precisa rever essas questões, até porque não tem condições disso continuar do jeito que está. Achei esse posto aqui vendendo gasolina por R$ 4,48 e tive de parar. Dois quarteirões mais atrás nessa rua, já estava 20 centavos mais caro e isso é uma diferença muito grande no orçamento", disse.
Etanol e diesel
Os preços para o álcool combustível também variavam bastante na Capital, com o preço mais barato encontrado fixado em R$ 3,570 em dois estabelecimentos. Um deles é o posto Shell da Pontes Vieira, já mencionado, o outro era um posto Ipiranga localizado na BR-116, onde o preço da gasolina estava marcado em R$ 4,830. No entanto, o estabelecimento não vendia diesel.
O etanol mais caro foi encontrado a R$ 3,984, sendo comercializado no posto Marajó, também da bandeira Shell, na avenida Pontes Vieira. Alguns quarteirões à frente, no cruzamento com a Barão de Studart, um posto Ale vendia o litro do combustível por um preço bem mais barato, cobrando R$ 3,59.
O valor mais alto para o diesel foi apontado em R$ 4,192, enquanto o mais barato estava em marcado em R$ 3,830, ambos na avenida Raul Barbosa.
Política
Desde julho do ano passado - quando a Petrobras implantou a nova política de preços, com ajustes sem regularidade - até a última semana de maio deste ano, o valor cobrado pelo litro da gasolina nos postos do Ceará cresceu mais de 19%.
Diario do Nordeste