Em dois dias, pelo menos, cinco unidades de ensino, sendo quatro escolas e uma creche foram incendiadas, em quatro cidades. Nenhuma das prefeituras admitiu que irá alterar o início do ano letivo, mas situação gera temores
Os ataques criminosos chegaram ao 21º dia consecutivo no Ceará e os alvos ganharam uma nova dimensão. Entre segunda-feira (21) e ontem (22), pelo menos cinco unidades de ensino, sendo quatro escolas e uma creche, foram incendiadas no Estado. Embora as ocorrências em Itarema, Caucaia, Quixadá e Ibaretama não tenham sido de grandes proporções e nem tenham deixado vítimas, as prefeituras seguem contabilizando prejuízos materiais.
Além disso, ainda que nenhuma das prefeituras tenham admitido que irá alterar o início do ano letivo – previsto para ocorrer no começo de fevereiro –, as ações contra as escolas geram temores, sobretudo, pelo risco que representam a vida dos alunos e profissionais. Desde o início das ações– 2 de janeiro– os ataques que já ocorreram em 50 dos 184 municípios, não tinham se direcionado sistematicamente às escolas.
Condições
Na última segunda-feira, os ataques a escolas tiveram início em Itarema (a 208 km de Fortaleza), quando duas instituições – Escola Municipal Geralda Bonifácio Rodrigues e Liceu José Maria Monteiro, localizadas respectivamente nos distritos de Saquim e Almofala–, foram incendiadas. Um ônibus escolar também foi queimado. Equipamentos eletrônicos, livros, mesas, cadeiras foram danificados.
Na última segunda-feira, os ataques a escolas tiveram início em Itarema (a 208 km de Fortaleza), quando duas instituições – Escola Municipal Geralda Bonifácio Rodrigues e Liceu José Maria Monteiro, localizadas respectivamente nos distritos de Saquim e Almofala–, foram incendiadas. Um ônibus escolar também foi queimado. Equipamentos eletrônicos, livros, mesas, cadeiras foram danificados.
No mesmo dia, uma creche que funciona em prédio anexo à Escola Maria Corina Moura Arruda, no bairro Toco, em Caucaia, foi incendiada. Segundo a Prefeitura, o fogo atingiu uma sala que funcionava como almoxarifado, onde eram guardados os materiais escolares, diários, e outros documentos. Uma perícia deve ser realizada no local para avaliar os danos estruturais. Até agora, não se sabe se as aulas serão afetadas e o Município informa que o período letivo de 2019 terá início no próximo dia 8 de fevereiro.
Na madrugada de ontem (22), Quixadá registrou o quarto ataque a unidades de ensino. A Escola de Ensino Infantil e Fundamental João Araújo Torres, na localidade de Junco, teve uma sala de aula parcialmente destruída, além disso, a cantina foi afetada tendo a geladeira e o fogão atingidos. O início das aulas está programado para o começo de fevereiro e os diretores não querem adiar. Segundo os gestores, eles irão “realizar mutirões com os pais e alunos para repararem os danos”.
Outro ataque ocorreu em Ibaretama (a 139 km de Fortaleza), na Escola Municipal Estevão de Sousa Freire, na localidade de Pedra e Cal. Na ação, atearam fogo na cantina, na secretaria e no banheiro do local. O ataque danificou um liquidificador industrial, uma panela de pressão, duas mesas, um fogão industrial, lixeiras, panelões e o refrigerador.
A Secretaria de Segurança Pública de Defesa Social (SSPDS) foi questionada se há algum plano de reforço da segurança preventiva nas escolas diante dos ataques específicos, mas a Pasta enfatizou que 412 suspeitos já foram capturados por envolvimento nos atos criminosos e não respondeu especificamente sobre as ações preventivas nas instituições de ensino.
Diario do Nordeste