Trabalhadores de Bela Cruz são encontrados vivendo em condições de escravidão no Rio de Janeiro

Os cearenses, com origem nos municípios de Ararendá, Martinópole e Bela Cruz, trabalhavam em esquema de revezamento em cinco estabelecimentos do Rio

Ilustração

Nove trabalhadores cearenses foram resgatados no Rio de Janeiro vivendo em condições precárias em um alojamento do Centro cedido pelas empresas para as quais prestavam serviços. Segundo reportagem do G1 do Rio, ao todo, 10 trabalhadores foram resgatados por equipes da Superintência Regional do Trabalho (SRT) do Ministério da Economia e tiveram os contratos rescindidos.  
Os cearenses, com origem nos municípios de Ararendá, Martinópole e Bela Cruz, trabalhavam em esquema de revezamento em cinco estabelecimentos, sendo três restaurantes, um café e uma pastelaria, pertencentes a uma mesma família.  
Entre os problemas encontrados no dormitório improvisado onde os homens vivam, estavam: 
  • Infiltrações e goteiras, inclusive sobre as camas e redes nas quais os trabalhadores dormiam 
  • sujeira, com alegação dos trabalhadores que dividiam espaço com ratos e baratas 
  • forte calor, uma vez que não havia ventilação natural 
  • Luminosidade precária, com espaços sem luz elétrica 
  • fiação elétrica desprotegida 
  • ausência de extintores de incêndio 
  • divisórias improvisadas por material de madeirite, papelão, plásticos. Teto também com espaços revestidos por esses tipos de materiais 
  • chuveiros sem água quente e devassados 
  • dois vasos sanitários com as respectivas descargas sem funcionamento, sendo necessário a utilização de baldes com água para eliminação de dejetos 
  • roupas lavadas no banheiro do alojamento e secadas em varais estendidos nos espaços nos quais os trabalhadores dormiam, com forte cheiro de mofo 
  • ausência de cadeiras, sofás, mesas ou similar que permitisse que os trabalhadores descansassem em algum outro lugar que não fosse em cima das próprias camas ou redes 
  • inexistência de geladeira, o que obrigava a captação da água de restaurante, localizado no térreo do alojamento, com acesso externo, e a manutenção da água em temperatura ambiente (forte calor) 
  • ausência de armários, com as roupas de uso dos trabalhadores “guardadas” em baldes grandes de manteiga ou reunidas em sacos de lixo 
Foram pagos R$ 29 mil para os trabalhadores. Nove dos homens voltaram para seus municípios. O dono do estabelecimento deve firmar um novo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para melhorar as condições para futuros funcionários, segundo o G1. 
Um dos três irmãos proprietários dos estabelecimentos já havia firmado, em 2009, um TAC para melhorar o local de dormitório de seus funcionários, de acordo com a SRT. 

Diario do Nordeste

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