Egídio Serpa: Distrito Irrigado Baixo Acaraú (Dibau) pede socorro

Em setembro de 2001, depois de absorver R$ 200 milhões, foi inaugurado o Distrito Irrigado Baixo Acaraú (Dibau), cuja área - de 8.938 hectares, 591 dos quais foram doados aos índios Tremembé de Queimadas - engloba terras dos municípios de Bela Cruz, Marco e Acaraú. Documento que a Prefeitura de Marco encaminhou a esta coluna revela: por causa dos últimos seis anos de baixa pluviometria, a área irrigada do Dibau reduziu-se, em 2018, a 3.100 hectares, com 295 lotes ocupados por 5.890 pessoas que produziram alimentos - frutas, principalmente - com receita de R$ 64,5 milhões.
Neste ano, a situação do Dibau - que ainda sofre os efeitos da crise hídrica - é a seguinte: a área irrigada é de 4 mil hectares, que estão sendo operados por 7.600 pessoas ocupantes de 350 lotes, cujo faturamento estimado é de R$ 85 milhões. Esses números poderiam ser melhores, se o Dibau não estivesse com seu maquinário sucateado, canais de irrigação quebrados, sistema de bombeamento avariado e estradas internas intransitáveis. Para consertar tudo, são necessários R$ 14,5 milhões. Esse triste balanço refere-se apenas à primeira fase do Dibau - a segunda, que não deveria ter sido implantada por ser desnecessária, segue completamente abandonada.
Aves e ovos
André Siqueira, presidente do Sindicato da Indústria de Alimentos (Sindialimentos), tenta fazer uma Parceria Público-Privada para a construção de entrepostos de ovos e abatedouros de aves no interior do Estado. Para isso, ele elaborou e está apresentando em diferentes auditórios o projeto arquitetônico e seu memorial descritivo, incluindo detalhes sanitários, tudo voltado para os granjeiros de pequenos e médio portes. Os interessados podem solicitar o projeto pelo e-mail sindialimentos@sfiec.Org.Br. A iniciativa tem o apoio da Faec, Fiec, Sebrae e Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. Preocupado com os abates clandestinos, a superintendência do Ministério da Agricultura no Ceará também o vê com bons olhos.
Burocracia
Uma pequena empresa varejista pediu, há seis meses, financiamento do Banco do Nordeste para o projeto de sua expansão em Fortaleza. Pois bem: a expansão foi concluída, inaugurada e já está em plena operação. Até agora, porém, o BNB não aprovou o empréstimo. "Toda semana, eles pedem um documento novo. Infelizmente, é muito difícil empreender no Brasil, principalmente no Nordeste" - disse à coluna o empresário, em tom de lamento.

Diário do Nordeste

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