IBGE: produção de camarão cresce 11,4%; Ceará se destaca no Brasil

Dados constam na pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2018. Nos dados nacionais, o levantamento registrou aumento na produção de leite e recorde no mercado de ovos



O Brasil registrou recuperação na carcinicultura. A produção de camarão somou 45,8 mil toneladas no ano passado, aumento de 11,4% em relação ao ano anterior. Os dados constam da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2018 (PPM), divulgada hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre 2016 e 2017, a produção sofreu queda de 21,2%, devido ao Vírus da Síndrome da Mancha Branca. O resultado de 2018 já demonstra recuperação, disse a pesquisadora do IBGE, a engenheira agrônoma, Mariana de Oliveira.
“A gente teve queda nas edições anteriores (da pesquisa), mas agora ela voltou a crescer”.
A Região Nordeste responde por 99,4% do total nacional. Destaque para os estados do Rio Grande do Norte, responsável por 43,2% do total da produção, e Ceará, com participação de 28,5%, com mais de 13 mil toneladas de camarão em 2018.
O valor de produção da carcinicultura atingiu R$ 1,1 bilhão. Dos 162 municípios que produziram camarão em cativeiro no ano passado, Pendências (RN) se tornou o líder, seguido por Aracati (CE), Canguaretama (RN) e Arês (RN).
Leite
Além da carcinicultura, o Brasil registrou aumento na produção e produtividade do leite em 2018. A produção brasileira de leite atingiu 33,8 bilhões de litros, aumento de 1,6%, retomando a tendência de alta após queda de 1,1% em 2017. De acordo com o estudo, as regiões Sul e Sudeste, com participação de 34,2% e 33,9%, respectivamente, lideram a produção nacional.
O Nordeste está terceiro, com 13% e mais de 4,3 milhões de leites produzidos.
Em 2018, o Brasil atingiu média de produtividade de 2.069 litros/vaca/ano. Já o Nordeste foi de 1.311 litros.
De 2017 para 2018, o preço médio nacional por litro de leite foi R$ 1,16, com alta de 4,7%, o que resultou em um valor de produção de R$ 39,3 bilhões. O maior preço médio (R$ 1,26 por litro) foi encontrado na Região Nordeste, enquanto o menor preço (R$ 0,99 por litro) ficou na Região Norte. 
Em termos de municípios, a cidade de Castro (PR) liderou o ranking de produção nacional, com 0,9%, respondendo por 6,7% da produção do estado. O Ceará está em décimo, com mais de 705 mil litros de leite em 2018.
Galináceos
Em 31 de dezembro do ano passado, o efetivo de galináceos, que envolve galos, galinhas, frangos e pintos, atingiu 1,468 bilhão de cabeças, alta de 2,9% sobre o resultado de 2017. 
A pesquisa registra 246,9 milhões de galinhas existentes em 2018, aumento de 2,5% em relação a 2017, com o Sudeste respondendo por 38,9% do total de cabeças no país, superando o Sul, que ficou com 25% do total.
O Nordeste está em terceiro, com mais de 45 mil cabeças de galinhas.
O Sudeste aparece também em primeiro lugar na produção de ovos, respondendo por 43,8% do total produzido em 2018, ou 1,946 bilhão de dúzias. Já o Nordeste está em terceiro, com pouco mais de 750 mil dúzias de ovos no ano passado.
A produção brasileira de ovos de galinha foi recorde no ano passado, alcançando 4,4 bilhões de dúzias, alta de 5,4% em comparação ao resultado apurado no ano anterior, com rendimento de R$ 14 bilhões.
O IBGE ressaltou que essa é a primeira vez na série histórica que o total de ovos ultrapassou 4 bilhões de dúzias. O maior produtor nacional foi o estado de São Paulo, com 25,6% do total de ovos.
Ovos de galinha e leite foram os produtos que geraram maior valor de produção pecuária, em 2018.
Mel de abelha
A produção de mel no Brasil totalizou 42,3 mil toneladas, aumento de 1,6% em relação a 2017. A Região Sul manteve a liderança nacional, com 38,9% do total, mas a Região Nordeste, que sofreu longa estiagem desde 2012, vem recuperando a produção, tendo participado com 33,6% da produção brasileira de mel em 2018.
Mariana Oliveira informou que - de 2017 a 2018 - a produção de mel de abelha no Nordeste cresceu 11%, o que correspondeu a 1,4 milhão de quilos a mais. O valor da produção foi R$ 502,8 milhões, retração de 2,2% comparativamente ao ano anterior.
O Piauí aparece como destaque no Nordeste, com 12,3% da produção nacional e expansão de 18,6% na quantidade produzida, o que equivale a mais de 800 mil quilos de mel. Já o Ceará está em terceiro na região e em nono no País, com 5% de participação, mais de 2,1 milhões de quilogramas de mel produzidos em 2018.
Caprinos
Entre os animais de médio porte, a pesquisa mostra que houve aumento, em 2018, tanto na criação de ovinos (+1,8%), como na de caprinos (+4,3%). Os dois rebanhos somaram, respectivamente, 18,9 milhões de cabeças e 16,8 milhões de cabeças no ano passado.
A Região Nordeste se destaca, historicamente, nas duas criações, respondendo por 93,9% do total de caprinos do Brasil (10,7 milhões de cabeças no ano passado), e por 66,7% do total de 18,9 milhões de ovinos.
Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará responderam por 79,6% do total de caprinos do país. “Essas criações de médio porte se adaptam muito bem à Região Nordeste”, disse Mariana.
A Bahia lidera o ranking dos dois rebanhos desde 2016, com 30,2% do efetivo de caprinos e com 22,1% do total de ovinos. O Ceará está em quarto, com 12,2% de participação nos ovinos e 10,3% de caprinos.

Diario do Nordeste

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