Aplicativo da Embrapa ajuda a identificar pragas em plantações

O Ceará é o segundo maior produtor de maracujá do Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


São 5.497 hectares colhidos com uma produção de 94.816 toneladas. Diante de tão relevante índice, evidencia-se a necessidade de ferramentas que auxiliem os produtores tanto na escolha adequada das sementes e mudas, como no controle de pragas.

Foi pensando neste último ponto que a Embrapa desenvolveu um aplicativo para auxiliar produtores de maracujá no diagnóstico das principais pragas e doenças desta cultura. Batizada de AgroPragas Maracujá, a ferramenta, que está disponível em todo o Brasil, permite, através da comparação de fotos e informações dos sintomas, identificar alguma irregularidade no plantio. O app dispõe de um banco de imagens com 32 pragas que afetam o cultivo do maracujazeiro, que podem ser acessadas em diferentes fases do desenvolvimento da planta, tudo sem conexão à internet.

As diferentes telas da ferramenta trazem as informações por categoria: fungos, bactérias, insetos, vírus e nematoides, assim como informações sobre as espécies de insetos ou sintomas (na parte aérea ou subterrânea), os danos que causam, fatores favoráveis à ocorrência do problema e as formas de controle para cada uma das pragas ou doenças.

O aplicativo foi criado a partir das informações do Guia de Identificação e Controle de Pragas do Maracujazeiro, que fora publicado pela Embrapa em 2017, em forma de cartilha impressa.

Para agilizar a identificação, surgiu a ideia de criar o acesso no modo virtual. "A má qualidade da impressão no papel comum inviabilizava o diagnóstico. Por isso, investimos no desenvolvimento do aplicativo, que permite em tempo real o diagnóstico e controle", explica a pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Cristina de Fátima Machado. O supervisor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Murilo Crespo, e mais dois profissionais foram responsáveis por desenvolver, neste ano, o AgroPragas Maracujá.

"Na medida em que fomos desenvolvendo (o app), vimos a oportunidade de ir além e agregar recursos para facilitar este diagnóstico. Oferecemos identificação de imagens através da tela, com buscas virtuais", enumera Murilo.

Disponível para smartphones com sistema Android, em menos de 15 dias após o lançamento, o aplicativo já alcança mais de mil usuários. "Qualquer um pode instalar e começar a usar. Não existe capacitação, um monitoramento avançado. É um uso simples", pontua Murilo. Um dos destaques do sistema é a utilização de linguagem mais popular, com variações para os nomes das pragas e doenças em até três designações. A ideia é que abranja o máximo de regiões do País.

O agrônomo Lailson Freire, que trabalha com maracujá nas cidades de Penaforte, Jardim e Jati, no Cariri cearense, além do município pernambucano de Cedro, acredita que a ferramenta pode ser importante para o produtor do nosso Estado identificar as pragas. Mas, por outro lado, atenta que, diante da identificação das pragas, não ocorra o uso indiscriminado de defensivos.

"Isso leva o inseto a ter resistência. O pessoal acha que só o uso de produtos resolve. É importante que se diga a praga, mas não indique o tipo de controle químico, apenas os biológicos", sugere.

Com informações do Diário do Nordeste.

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