Ceará pode ser o primeiro Estado a atingir pico do novo coronavírus


Pesquisadores da Rede CoVida, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) indicam que o Ceará deve ser o primeiro estado brasileiro a atingir o pico de infecções pelo novo coronavírus, no dia 25 de abril. Além disso, o relatório estima que o estado deve superar os 3 mil pacientes com a doença ainda nesta semana e ficar em segundo lugar entre os mais afetados do país.

Já são 824 pessoas infectadas e 26 mortos com complicações pela doença, um mês após a primeira confirmação de infecção pelo novo coronavírus no Ceará, de acordo com os registros da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgados neste último domingo (5).

No boletim da Rede CoVida consta que o Ceará deve alcançar o número de 3.053 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, ultrapassando o Rio de Janeiro (2.887) e ficando atrás apenas de São Paulo (11.684), nesta quarta-feira (8). O cálculo aponta, ainda, que o Brasil deve ter cerca de 21 mil casos de pacientes infectados e mais de 500 mortes pela doença neste mesmo dia.

O grupo formado por estatísticos, epidemiologistas, físicos, cientistas da computação, economistas e comunicólogos, entre outros, calculou o potencial de reprodução da doença para descobrir a velocidade que o vírus se espalha nos estados brasileiros. Assim, os estudiosos consideraram como uma pessoa infectada pode propagar a doença nas regiões analisadas. Dessa forma, eles identificaram o fator de reprodução, R0, de 2,56, no Ceará.

Valores a partir de R0 a partir de 1 classificam o local com “epidemia em expansão”. Com índice semelhante ao do Ceará, com R0 superior à 2, estão estados como Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Itália, país onde a propagação do vírus aconteceu de forma rápida, a taxa R0 é de 3. 


Além da taxa de transmissão, os pesquisadores avaliam o número de pessoas curadas e a quantidade de óbitos em decorrência da Covid-19 em um modelo denominado SIR (Suscetíveis, Infectados e Recuperados). O estudo considera que os pacientes com alta após a Covid-19 não podem ser infectados novamente, mas pondera que outras pesquisas apontam a possibilidade de adoecer uma segunda vez pelo vírus.

Com informações do G1 Ceará.

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