As plantas medicinais tem benefícios cientificamente comprovados
Entre os cuidados de saúde mais comuns que recebemos de nossas mães e avós, por exemplo, está o preparo de um “chazinho” para melhorar algo não vai bem com nosso organismo. Gostar dos sabores não é unânime, mas depois que sentimos os efeitos curativos desses “remédios naturais”, fica fácil tomar algumas doses generosas por dia. Em tempos de coronavírus, aumentar a imunidade é uma busca constante do mundo inteiro e essa bebida também pode ser aliada neste processo.
A comprovação científica dos benefícios terapêuticos das plantas medicinais usadas no preparo dessas infusões é algo que atrai pesquisadores como Mary Anne Medeiros Bandeira, diretora do Horto de Plantas Medicinais e coordenadora do Programa Farmácias Vivas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora do curso de Farmácia da referida instituição, ela aponta o alho, o gengibre e o chá verde como fontes garantidas de imunoestimulantes.
Imunidade é o nome que damos à capacidade do organismo de se defender de invasores, no caso vírus, bactérias ou fungos que possam causar doenças. Quando ela está baixa, ficamos muito mais propensos a ter pequenas e grandes infecções e quadros como gripes”, complementa a pesquisadora.
Mary Anne admite que, na prática diária, os profissionais de saúde constantemente se deparam com pacientes que se queixam do que consideram uma frequência elevada de infecções respiratórias; e buscam uma maneira de diminuí-las, aumentando a função do seu sistema imunológico com imunoestimulantes.
“No cenário atual, os compostos naturais continuam em foco, permitindo assim o desenvolvimento e planejamento racional de novos medicamentos. Este é um sinal do avanço e do grande progresso que tem havido nos últimos anos na busca de terapias alternativas e no uso terapêutico de plantas medicinais”, observa.
SISTEMA IMUNE
No que se refere ao alho (nome científico: Allium sativum L), planta de origem asiática, Mary Anne compartilha que várias propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas têm sido atribuídas a ele. Seus princípios ativos, de acordo com ela, são compostos sulfurados, que lhe conferem odor característico, sendo os principais a alicina, a qual possui ação antioxidante. “Promove o aumento da proliferação dos linfócitos T, que destroem organismos estranhos e células infectadas. Atua ainda no combate às infecções e inflamações”, pontua a pesquisadora.
Ela destaca ainda que, curiosamente, a população utiliza o alho (pelo menos dois dentes), em estados gripais, na forma de chá, por infusão, associado ao limão (1 bulbilho/ dente triturado com metade de limão para uma xícara de água). Como o limão, além de vitamina C possui também ácido cítrico, ele estabiliza o princípio ativo do alho, e o mesmo não perde seu efeito terapêutico.
Já no que diz respeito ao gengibre (nome científico: Zingiber officinale L.), de modo geral, ele atua nos problemas de garganta e em outras patologias que possuem o mecanismo de inflamação envolvido. “É também rico em vitaminas C e B6, que ajudam na defesa do organismo, ou seja, imunoestimulantes. É expectorante, reduz inflamações e dores, podendo ser utilizado para tratar gripes, resfriados, febre, tosse, garganta, congestão nasal, sinusite, asma e bronquite”, reforça a pesquisadora.
Na preparação do chá caseiro por infusão, Mary Anne orienta colocar um copo de água para ferver na panela. Logo após, apaggue o fogo e acrescente um pedaço de gengibre ralado (aproximadamente 10g). Depois de esfriar, recomenda-se tomar três vezes ao dia.
A pesquisadora incentiva ainda, para este período, o chá verde (nome científico: Camellia sinensis), um dos mais consumidos no mundo, fato que o levou à inclusão no grupo de bebidas com propriedades funcionais. O que poucos sabem é que, além de acelerar o metabolismo e contribuir para a queima de gorduras, ele também é rico em compostos que conferem à bebida uma boa atividade como antioxidante, ajudando no combate dos radicais livres, auxiliando na prevenção de diversas doenças, agindo como imunoestimulante, ou seja, fortalecendo o sistema imunológico.
Para a preparação do chá por infusão, Mary Anne orienta colocar a água para ferver e, logo depois de apagar o fogo, acrescentar a erva, deixando-se em infusão por três minutos. Ele pode ser consumido morno ou gelado, três vezes ao dia. “Entretanto, é muito importante ressaltar que o chá verde também pode apresentar efeitos adversos, quando consumido prolongadamente”, alerta.
Com os devidos cuidados, portanto, encontramos o caminho para um viver saudável naquilo demais natural que os seres humanos têm acesso, desde que existem neste planeta. Basta saber aproveitar aquilo que nos é oferecido sem se perder em excessos. De certa forma, é também sobre isso que a pandemia vem ensinar.
PROPRIEDADES
Tempero: O alho deve ser imediatamente utilizado depois de cortado, considerando que a trituração e o cozimento decompõem rapidamente o princípio ativo;
Raiz: O gengibre é responsável pela inibição de diversos agentes inflamatórios e pela modulação de algumas vias bioquímicas acionadas no processo de inflamação crônica;
Folhas: O chá verde é rico em magnésio, potássio, ácido fólico, vitaminas C, K, B1 e B2, que são importantes para o funcionamento do organismo.
RECEITAS
Chá de alho com limão
Ingredientes
Ingredientes
- 1 copo de água
- 2 dentes (bulbilhos) de alho
- Meio limão com casca
Modo de fazer
Em uma panela coloque a água para ferver. Logo após adicione o alho com o limão triturados. Deixe esfriar e coe.
Consumo
Beba o chá três vezes ao dia.
Chá de gengibre
Ingredientes
- 1 copo de água
- 1 colher de sopa de gengibre ralado.
Modo de fazer
Em uma panela coloque a água para ferver. Logo após, desligue o fogo e acrescente o gengibre ralado (aproximadamente 10g). Deixe esfriar e beba.
Consumo
Beba o chá três vezes ao dia.
Chá Verde
Ingredientes
- 1 copo d’água
- 1 sachê da especiaria
Modo de fazer
Para a preparação do chá por infusão, coloque a água para ferver, logo desligue o fogo e acrescente o sachê contendo a erva. Deixe na infusão por três minutos
Consumo
O chá pode ser consumido morno ou gelado, três vezes ao dia.
Diario do Nordeste
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Saúde