Diante do agravamento da pandemia de Covid-19, o Ministério Público Estadual (MPCE) se reuniu ontem para tratar do problema do fornecimento de oxigênio no estado: 74 (40,22%) municípios estão em situação crítica; 67 (36,41%), em condição normal mas no limite; 10 (5,43%), em colapso; e 22 (11,96%), em outras situações. O estudo foi feito com a participação de 173 dos 184 municípios cearenses.
O dado foi obtido por meio de uma enquete da Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) realizada com os municípios. A entidade não especificou quais seriam os municípios citados e afirmou que como não há um estudo técnico com indicadores nem projeções de demanda, o levantamento apontaria apenas a percepção das administrações municipais sobre o aumento da necessidade de oxigênio nos hospitais.
"É uma situação da maior gravidade e que infelizmente ocorre porque não houve um planejamento adequado. Foram feitos vários encaminhamentos e na próxima quarta-feira haverá outra reunião entre as principais empresas fornecedoras de oxigênio (White Martins e Messer) para discutir o fornecimento emergencial para os municípios, eventualmente convertendo parte da produção de oxigênio industrial para medicinal. Os municípios precisam fazer um cálculo mais preciso da estimativa do consumo deles, levando em consideração a curva de crescimento do consumo de oxigênio durante a pandemia. É hora dos municípios montarem uma operação de guerra para que eles possam dar conta dessa necessidade da população", afirmou o promotor de Justiça Eneas Romero, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania (CAOCidadania) do MPCE.
O Povo