O Governo Federal revisou e aumentou a previsão da inflação para 2021. O crescimento nos preços deve chegar a 9,1% no final do ano e será ainda mais sentida pelos brasileiros. A última previsão estava em 8,4%, ou seja, um aumento de 0,7%. Esteves Colnago, secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, foi o responsável pela atualização.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) é usado como base da correção anual do salário mínimo para o governo. Caso o valor seja confirmado, o reajuste do salário mínimo para 2022 será maior também e deve saltar de R$ 1.169 para R$ 1.200,10.
Atualmente, o valor é de R$ 1.100. Com a nova previsão do INPC acumulado para 2021, o valor sofreria um aumento de R$ 100,10 ou R$ 31,10, baseado na última previsão de aumento da inflação.
Além de definir o salário base dos brasileiros, o mínimo é usado para reajustar benefícios do INSS, abono salarial e mais. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso serve de referência para pelo menos 50 milhões de brasileiros, com metade deles sendo segurados da Previdência.
De acordo com a Constituição Federal, o salário mínimo precisa ser corrigido de acordo com a variação base do INPC no ano anterior. Neste ano, o governo não seguiu isso: o piso nacional atualmente é de R$ 1.100, e em 2020 era de R$ 1.045: reajuste de 5,26%. No entanto, o INPC foi de 5,45%, então o reajuste deveria ter feito o valor subir a R$ 1.101,95, e não R$ 1.100.
Isso ocorreu porque o INPC só foi divulgado após a definição do salário mínimo de 2021. O governo poderia ter reajustado o valor após o aumento do INPC, mas não o fez. Mais um ano sem ganho real. De 2011 a 2019, o salário mínimo tinha, além da correção pelo INPC, um aumento baseado no Produto Interno Bruto (PIB), para que os brasileiros pudessem aumentar seu poder de compra.
Desde o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, porém, essa prática acabou. O salário mínimo agora tem apenas a correção pela inflação - em 2021, nem isso, já que o reajuste foi insuficiente, menor que o INPC. Em 2022, a tendência é que isso permaneça, e o piso nacional aumente apenas com base na previsão para o INPC.
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