Um homem de 25 anos foi preso preventivamente, nessa quarta-feira (22), em Itapipoca, Interior do Ceará, suspeito de chefiar um grupo especializado em fraudar instituições financeiras e lavar dinheiro. Ele provocou prejuízo estimando em mais de R$ 1,2 milhão.
Com conhecimento em tecnologia e em aplicações bancárias, o suspeito, que não teve o nome divulgado, utilizava dados pessoais de indivíduos vazados na internet para solicitar cartões em nome de terceiros — crime conhecido popularmente como "clonagem de cartão". A prisão foi realizada pela Polícia Civil durante a 4ª fase da Operação Fragmentado.
Os cartões eram usados para solicitar compras falsas, como explicou o titular da Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCCLD), delegado Ismael Araújo, em coletiva nesta quinta-feira (23).
Criptomoedas
Além da captura, a ação culminou no sequestro de três imóveis de luxo no município cearense, de propriedade do jovem, avaliados em cerca de R$ 1 milhão, além do bloqueio de R$ 56 mil em contas bancárias — sendo R$ 25 mil em criptomoedas —, que estavam em nome dele, da esposa e de um terceiro, usado como laranja pela organização.
Com o jovem, os agentes de segurança ainda apreenderam cartões magnéticos, impressoras usadas para falsificações, uma televisão, equipamentos que compunha uma academia particular, terrenos e uma caminhonete de luxo. Ele é suspeito de cometer fraudes bancárias, associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica.
Vida de luxo compartilhada
O jovem compartilhava com os seguidores uma vida de luxo, conforme as investigações. Ele exibia bolos de dinheiro com cédulas de valor alto, algumas até de origem internacional, além de fotos de arma de fogo e ao lado de helicópteros.
Segundo o delegado, o suspeito afirmou que, inicialmente, era "imaturo" e mostrava os cartões clonados nas redes sociais, mas, ao sofisticar o esquema, passou a simular que o lucro advinha de investimentos financeiros de sucesso.
Além do homem, a Polícia Civil também cumpriu medidas preventivas contra a esposa dele e uma pessoa jurídica, identificada como "Alfa Invest".
Lavagem de dinheiro
As investigações começaram a partir das apurações do crime de lavagem de dinheiro do grupo. A ação consistia na conversão de recursos financeiros oriundos do estelionato que gerava lucros e era convertido em patrimônio.
Os bens, como apontam os levantamentos da Polícia, eram registrados em nome de terceiros, sendo esta a forma usada para ocultá-lo, como uma tentativa de torná-los lícitos. Ainda segundo as averiguações, os crimes eram cometidos contra instituições financeiras mediante a abertura de contras fraudulentas com o uso de documentos falsificados.
Diário do Nordeste