Apesar da venda ser proibida no Brasil, é possível ser encontrado cigarros eletrônicos no país. Assim como o tabaco convencional, o consumo do produto também traz uma série de riscos, incluindo danos à saúde reprodutiva de homens e mulheres. De acordo com uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o uso desse dispositivo aumenta em três vezes o risco de experimentação do cigarro à combustão.
Conforme a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de se tornarem inférteis, comparados aos não fumantes. Qualquer produto proveniente do tabaco, como charuto e cachimbo, traz os mesmos riscos do cigarro convencional ou eletrônico.
Segundo o médico especialista em medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, o cigarro eletrônico prejudica a qualidade dos espermatozoides, além de atacar as células dos testículos que auxiliam na produção do esperma. “As pessoas pensam que o cigarro eletrônico é menos nocivo do que o cigarro convencional, mas isso é um grande equívoco. Para a sua composição também é utilizado a nicotina e outras substâncias que podem trazer sérios problemas para a fertilidade masculina, diminuindo as chances de um casal conseguir engravidar”, alerta Diógenes.
Em sua composição, o e-cigarro é feito por uma lâmpada de LED, bateria, microprocessador, sensor, atomizador e cartucho de nicotina líquida. Esta última é aquecida por uma pequena resistência, produzindo vapor. O produto expõe o organismo a uma série de elementos químicos gerados de formas diferentes. O primeiro ocorre pelo próprio dispositivo (nanopartículas de metal). O segundo é devido ao processo de aquecimento ou vaporização, já que alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.
O médico alerta ainda que, para as mulheres, os problemas podem incluir a redução na qualidade dos óvulos e redução na taxa de fertilidade. “O tabagismo acaba causando uma concentração de nicotina no fluído folicular do ovário, interferindo de forma significativa na qualidade dos óvulos. Além disso, as mulheres que fumam têm 30% mais chances de terem infertilidade”, conclui o especialista.
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