O pescador cearense Francisco Mauro da Costa Albuquerque, 24, atingido por um peixe-leão enquanto trabalhava em um curral de pesca na Praia de Bitupitá, no município cearense de Barroquinha, no último sábado, 23, não sofreu paradas cardíacas após contato com o animal, informou a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Os sintomas apresentados foram edema e dor local, febre e convulsões.
O jovem teve sete perfurações no pé após contato com o peixe-leão, segundo a Sesa, precisando ser levado para unidades hospitalares de Camocim e Barroquinha. Se recuperando em casa, o quadro clínico do pescador é considerado estável, estando Francisco consciente e sem febre. No dia do acidente, cerca de quatro peixes-leão foram encontrados na Praia de Bitupitá. Nesta ano, o animal foi capturado também em Amazonas, Piauí e Fernando de Noronha.
O acidente com o peixe-leão e o pescador cearense é o primeiro do Brasil, uma vez que a espécie começou a surgir em maior quantidade no litoral do Nordeste desde março deste ano. No total, 28 peixes da espécie peçonhenta já foram coletados em Luís Correia e Cajueiro da Praia, no Piauí, e nas praias cearenses de Bitupitá (Barroquinha), Camocim, Jijoca de Jericoacoara, Preá (Cruz), Acaraú e Itarema. Foram realizadas 40 notificações sobre o animal, segundo a Sesa.
Em média, 80% das notificações são em currais de pesca e marambaias, sendo uma das atividades que Francisco realizava no momento em que entrou em contato com o peixe. O organismo humano pode sofrer diversas reações após contato com o peixe-leão devido às toxinas neuromusculares de efeito sistêmico nos raios das nadadeiras do peixe-leão, podendo gerar consequências graves, segundo o biólogo e pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da UFC, Marcelo Soares.
O Povo