A distância de mais de 3 mil quilômetros que separava as gêmeas acabou após uma divulgação na internet feita por Gleiciara Davila dos Santos, que estava à procura da irmã que ela não conhecia.
"Uma cearense que mora em São Paulo viu a publicação, reconheceu devido à semelhança e avisou a minha irmã sobre a postagem. Antes disso, uma enfermeira que intermediou a doação da minha irmã me ligou, passou o nome que ela foi registrada, o que ajudou a achar o perfil nas redes sociais. Quando procurei no Face pelo nome achei de primeira, porque ela é a minha cara. Fiquei sem reação", relembra Davila.
'Como se eu estivesse olhando para um espelho'
O primeiro contato entre as irmãs, que sabiam da existência uma da outra, aconteceu na tarde desta quarta-feira. Em uma videochamada, Davila e Marimar Ribeiro, que mora na capital paulista, se falaram pela primeira vez.
"A gente ficou besta quando viu uma a outra. Não imaginava que parecia tanto, era como se eu estivesse olhando para um espelho", afirma a Davila.
Além de conhecer Davila, Marimar conversou com a mãe biológica Maria das Dores Sales, que mora próximo à irmã dela, no distrito de Carrasco, zona rural do município de Bela Cruz. "Nossa mãe ficou muito feliz e pediu desculpas por não ter tido condições de criar a gente", relata a jovem.
Segundo Davila, a mãe adotiva de Marimar não pode ter filhos e ela era filha única. Agora, além da gêmea, ela descobriu que tem outros dez irmãos biológicos.
Separação na maternidade
Gleiciara Davila e Marimar nasceram no dia 2 de fevereiro de 1997, a primeira em no Hospital de Bela Cruz e a segunda, devido a complicações no parto, na Maternidade Dr. Moura Ferreira, na cidade de Acaraú, a 25 quilômetros de distância.
"Minha mãe tinha a saúde frágil, teve complicações após meu nascimento e foi transferida com urgência para Acaraú, onde minha irmã nasceu. Ainda no hospital ela falou que não ia ter condições de criar o bebê e uma enfermeira intermediou a adoção para uma família que iria morar em São Paulo. Já eu fui entregue para outra família", afirma Davila.
Ainda na infância, ela soube sobre a adoção e da existência da gêmea, mas não sabia nem o nome que a irmã havia sido registrada, o que dificultava as buscas.
"Com 16 anos me despertou o desejo de conhecer a minha irmã e comecei a procurar, porque é muito ruim a gente saber que tem uma irmã que se parece com a gente e ficar nessa expectativa sem saber se um dia a gente iria se conhecer", disse Davila.
As gêmeas planejam se encontrar pessoalmente em janeiro de 2023, quando Marimar viajará de São Paulo ao Ceará. Até lá, elas vão matar a saudade pelo telefone. "Estou muito feliz, minha irmã também está muito feliz", comemora Davila.
G1