Oposição pede ao STF apreensão de celular que pode incriminar Bolsonaro



 A oposição decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério de Minas e Energia a guarda do celular do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco e a preservação das mensagens trocadas entre ele e o presidente Jair Bolsonaro.

O pedido ocorre após notícias de que, durante conversa em um grupo, Castello Branco afirmou que o aparelho contém mensagens que podem incriminar Bolsonaro.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ao blog que vai solicitar ainda nesta segunda-feira (27) ao STF que faça uma operação de busca e apreensão do telefone celular corporativo de Roberto Castello Branco e faça uma perícia em seu conteúdo.

“Vamos pedir também uma intimação para que Castello Branco preste depoimento e esclareça o que conversou com Bolsonaro que pode incriminá-lo”, disse o senador.

Além do pedido do senador da Rede, os senadores Jean Paul Prates (PT-RN), Jaques Wagner (PT-BA) e Zenaide Maia (Pros-RN) solicitaram ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, requerimento de informação sobre o celular de Castello Branco, com envio da cópia dos arquivos de mensagens dos aparelhos utilizados pelos presidentes da estatal desde 2019 e também dos arquivos de áudio do Conselho de Administração no mesmo período.

Neste fim de semana, num grupo de conversas intitulado “Economistas do Brasil”, Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, e Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, conversaram sobre a estatal. Cobrado por Novaes sobre críticas que teria feito ao governo, Castello Branco respondeu:

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro, não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles (convites) e, quando falo , procuro evitar ataques”.

Em seguida, Roberto Castello Branco falou sobre seu celular corporativo usado quando era presidente da estatal.

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que podem incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, diz ele.


Roberto Castello Branco e Rubem Novaes foram indicados para seus postos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Demitidos do governo, Novaes seguiu apoiando Bolsonaro, mas Castello Branco costuma criticar as intervenções que o presidente tenta fazer na política de preços da Petrobras.


G1

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