Recenseadores de Fortaleza estão enfrentando dificuldades na coleta de dados do Censo Demográfico 2022 devido à desconfiança e falta de informações de moradores, que chegam a recusar o recebimento dos profissionais nos domicílios.
O Censo Demográfico é organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Ceará, 7.348 recenseadores foram treinados para a realização do trabalho, deste, 2.269 atuam na capital cearense.
Em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (24), recenseadores que terão a identidade preservada relataram os problemas enfrentados para a aplicação dos questionários nas áreas de atuação.
Barrados em condomínios e casas
Segundo um recenseador, mesmo portando colete e crachá com a identidade visual do IBGE, ele foi barrado em, pelo menos, dois condomínios e só conseguiu entrar nos locais com o auxílio do coordenador da equipe, que notificou o imóvel para a realização da pesquisa.
"Os condomínios não abrem para a gente. A gente se identifica, mas os síndicos não deixam entrar para aplicar os questionários", falou o homem.
Outra profissional afirmou que os transtornos são causados pela falta de informação das pessoas em relação à pesquisa.
"Tem pessoas que não sabem nem o que é IBGE e nem para que serve o Censo", falou a mulher.
Já outro recenseador relatou que além de ser barrado, já chegou a ser ofendido por moradores de residências.
"Tive umas três recusas. Teve um senhor que disse que não era obrigado e por isso não iria atender. Outra senhora ficou gritando que não iria responder ao questionário, pois não era obrigada", disse o homem.
O profissional ainda cita a questão da falta de segurança para realizar as pesquisas.
"Fui em um condomínio que o próprio morador falou que eu era corajoso por estar naquele local", relatou.
Como identificar os recenseadores
Conforme a instituição, os entrevistadores sempre estão identificados pro crachá, com nome e matrícula. A identidade dos profissionais podem ser verificadas por meio da Central de Atendimento do IBGE ou de um formulário no site.
Em algumas localidades, os entrevistadores poderão usar colete e crachá com a identidade visual do IBGE. Caso haja falta de informação, o público pode solicitá-la ao entrevistador.
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