Ismael Jorge Gomes, que é médico perito licenciado do INSS, faria parte de um esquema criminoso que fraudou mais de 300 benefícios do auxílio-doença
A Superintendência da Polícia Federal no Piauí deflagrou a operação, denominada "Raque", na sexta-feira, 23. A investigação estaria relacionada ao combate a fraudes previdenciárias. O vice-prefeito de Camocim, Ismael Jorge Gomes (PSD), é apontado no município como um dos presos.
Médico perito licenciado do INSS, Gomes seria suspeito de fazer parte de organização criminosa especializada em burlar perícias para a concessão irregular de auxílio-doença
A ofensiva mobilizou mais de 20 policiais federais para o cumprimento de oito mandados judiciais, sendo cinco de busca e apreensão e três de prisão temporária, todos expedidos pela subseção Judiciária Federal de Parnaíba/PI.
A PF confirmou ao O POVO que houve cumprimento de uma ordem de prisão em Camocim, mas disse que não fornece as informações sobre a identidade dos investigados. O órgão informou que também foram realizadas diligências no município de Chaval, Norte do Ceará, e em Parnaíba, cidade do Interior piauiense.
A investigação identificou pelo menos 386 benefícios que teriam sido fraudados pela organização criminosa. Desses, 56 permaneciam ativos até o começo deste mês e foram suspensos por ordem judicial. A apuração policial calcula que o esquema tenha causado prejuízo de R$ 20 milhões ao INSS.
O inquérito aponta que o médico perito, mesmo licenciado do cargo, teria atuado em conluio com intermediários para fraudar os benefícios. Além dele, um outro servidor do INSS é suspeito de participação no esquema.
Os três investigados presos na operação tiveram as contas bancárias bloqueadas pela Justiça. Eles poderão responder por associação criminosa, falsidade ideológica e estelionato.
A PF explicou que o nome da operação, Raque, significa "coluna vertebral" e foi escolhido em razão de os investigados utilizarem doenças na coluna como motivo para a concessão irregular dos auxílios.
O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Camocim, mas não teve as ligações atendidas ou retornadas até a publicação desta matéria. Solicitações de informações também foram enviadas via aplicativo de mensagens, mas não foram igualmente respondidas. A matéria será atualizada tão logo haja retorno.
O Povo