Eles decidem ficar longe um
do outro, sem perder o vínculo conjugal
“Qualquer maneira de amor
vale amar, qualquer maneira de amor vale a pena.” A canção Paula e Bebeto foi
composta por Milton Nascimento nos idos dos anos 1970, a década do amor livre,
e de lá para cá despontaram variados arranjos entre casais, do relacionamento
aberto ao poliamor, e dezenas de tipos de sexualidade.
Até a monogamia, quem diria,
passou por certa renovação: o “sabático no casamento” — termo emprestado do
período em que o profissional se afasta da carreira, sem perder o vínculo com
ela — é opção cada vez mais adotada, principalmente em decorrência da intensa
convivência forçada durante a pandemia.
Trata-se de uma espécie de
férias da relação, diferente do célebre “dar um tempo”, já que o casal se
separa fisicamente, mas segue compartilhando problemas, decisões e providências
da vida em comum.
A consultora de negócios Isabele Moreira, 43 anos, e seu marido, Gustavo,
separaram-se e voltaram, mas nessa segunda chance ela decidiu implementar
intervalos regulares na convivência.
Duas vezes por ano, em fevereiro e em setembro, passa dez dias sozinha. O
marido entende e não se incomoda de ficar com os três filhos
“Maternidade e casamento não
são o centro da minha existência. Eu sou”, justifica Isabele, para quem o tempo
só dela “ajuda direta e indiretamente” a relação. Em Casamento
Indissolúvel ou Relação Sexual Duradoura, Wilhelm Reich, discípulo (bem mais
radical) de Sigmund Freud, diz que uma união satisfatória dura, em média,
quatro anos.
Depois, é preciso achar
opções. A conta pode não ser exata, mas, se e quando a insatisfação se
instalar, talvez isso seja sinal de que a vida a dois precisa de férias.
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