O estabelecimento comercial teria argumentado que a roupa da jovem seria muito curta para o local
Uma cabeleireira e modelo plus size, de 27 anos, denunciou ter sido vítima de transfobia ao ser expulsa de uma festa, na noite desse sábado (3), em Barrento, distrito de Itapipoca, sob o pretexto de está usando uma roupa muito curta para o estabelecimento comercial. Além de Dávila de Milhões, o amigo que a acompanhava, que é homossexual, também foi convidado a se retirar do ambiente, o que, segundo ela, reforçou a hipótese de que a atitude do local foi motivada por preconceito.
"Ele [proprietário] pediu para eu vestir outra roupa, que eu poderia estar voltando para entrar na festa. Mas [esse pedido] não tinha nada a ver, eu estava com uma roupa normal. Então, achei que foi por conta dele ter sido preconceituoso mesmo", detalhou em entrevista ao Diário do Nordeste nesta segunda-feira (5).
Segundo a jovem, essa foi a primeira vez em que foi no endereço, onde acontecia um festejo tradicional. Após entrar, ela e o amigo foram surpreendidos pelos seguranças, que convidaram os dois a se retirarem devido à roupa supostamente inadequada da cabeleireira.
"Inicialmente, achei que era por conta do Pix que a gente tinha feito para comprar as entradas, que podia não ter caído, mas não. Os seguranças me puxaram pelo braço e disseram que o dono da festa não admitia eu dentro da festa por conta da minha veste. Todo mundo começou a vaiar, achando que eu era uma ladra ou alguma coisa do tipo."
Na ocasião, a jovem disse que chamou a Polícia Militar e registrou um Boletim Eletrônico de Ocorrência (BEO) sobre o caso, que teria sido o primeiro em que foi vítima de preconceito.
"Foi uma sensação de ser um lixo, de ser uma criminosa. Todos ficaram vaiando, parou a festa, o cantor parou de cantar."
Em nota, a Polícia Civil informou que investiga a denúncia de preconceito, por conduta transfóbica, que está a cargo da Delegacia Regional de Itapipoca.