O deputado federal Sanderson (PL-RS) apresentou à Câmara um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, Lula cometeu crime de responsabilidade ao dizer ter havido golpe de Estado no Brasil em 2016, ano em que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi impeachmada.
"Ao afirmar, em discurso oficial e público, que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe de Estado, Lula atenta contra os Poderes, Câmara e Senado, bem como contra a Constituição Federal, situação que por si só impõe a abertura de impeachment pela flagrante prática de crime de responsabilidade", disse o parlamentar, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na terça-feira (24), em encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, Lula voltou a reforçar que Dilma foi vítima de um golpe. "Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado. Se derrubou a companheira Dilma Rousseff com um impeachment. A primeira mulher eleita presidenta da República do Brasil".
Na quarta-feira (25), no Uruguai, o petista chamou Michel Temer, vice de Dilma na época e que assumiu o poder com o processo de impeachment, de "golpista". Após a fala, Temer publicou uma nota à imprensa em que afirma que Lula "mantém os pés no palanque e os olhos no retrovisor".
IMPEACHMENT DE DILMA
O 2º mandato de Dilma Rousseff foi encerrado em 31 de agosto de 2016. O processo de impeachment passou pelo Congresso Nacional e supervisionado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na Câmara, a destituição de Dilma teve 367 votos a favor, 137 contra e 7 abstenções. Já no Senado, foram 61 votos favoráveis e 20 contrários.
A sessão no Senado foi comandada pelo então presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. A Lei de Responsabilidade Fiscal, à qual Dilma Rousseff foi acusada de ter descumprido, tem como pilares o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilidade.
Jornal Jangadeiro