O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (3), que seu ex-assessor “o influenciou” a dar depoimento para a revista Veja em que denunciou um plano para viabilizar uma tentativa de golpe de Estado – envolvendo o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ex-assessor em questão é Leonardo Caldas Vargas, que assina a reportagem da “Veja”.
Além disso, Caldas Vargas também já trabalhou como assessor do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) e escreveu uma matéria apoiando o impeachment dos ministros do STF Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.
“A gravação [da entrevista] foi feita de forma ilegal, sem minha autorização, pelo meu ex-assessor de comunicação Leonardo, que incentivou a denúncia”, afirmou Do Val.
Leonardo Caldas Vargas, que consta no expediente da Veja como repórter, trabalhou como “auxiliar parlamentar intermediário” no gabinete de Do Val.
Ele foi nomeado para o cargo em uma portaria de 25 de novembro de 2021 e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 29 de novembro de 2021.
Já no gabinete de Heinze, ele exerceu os cargos de “auxiliar parlamentar intermediário” e “auxiliar parlamentar sênior”. Para o primeiro cargo, ele foi nomeado em publicação do DOU de 5 de fevereiro de 2019.
Enquanto trabalhava para o senador gaúcho, Caldas Vargas escreveu, em outubro de 2019, um texto intitulado: “Heinze apoia pedido de impeachment aos ministros Toffoli e Alexandre de Moraes”.
No texto, era relatada uma declaração de Heinze afirmando que o “Senado não pode calar diante de qualquer atitude que demonstre totalitarismo”.
Leonardo Caldas foi contatado pela CNN e disse que a resposta ao senador é sua própria reportagem publicada na revista Veja.
CNN