Projeto Remar ofereceu, pela
primeira vez, um passeio de canoa havaiana para pessoas com fibromialgia,
dificuldades motoras e transtorno do espectro autista na manhã desta
quinta-feira, 30, na Praia de Iracema, em Fortaleza. A ação aconteceu em
parceria com a Secretaria Municipal do Turismo (Setfor), a ideia é que a ação
aconteça pelo uma vez ao
mês.
Uma das pessoas que
participaram do evento foi Francisco Ferreira, de 64 anos. “Hoje é meu primeiro
dia de experiência em um barco, na cadeira [anfíbia] já andei uma vez e, agora,
quero ter uma experiência de andar pela primeira vez no barco”, disse, momentos
antes de entrar na água.
“Tudo que se trata de
novidade é importante a gente receber, isso traz uma experiência na vida. Tem
que participar, principalmente com a beleza do mar e da natureza, além de
interagir com os outros. Participando desse evento aqui, você fica com a
autoestima lá em cima”, complementa.
A ação desta quinta-feira,
30, ofereceu, pela primeira vez, a experiência de passear em uma canoa
havaiana. As embarcações foram cedidas pela Vibe Va’a Clube. “Nós juntamos duas
canoas [havaianas] e formamos um catamarã. Nessa embarcação, podem ir até 12
pessoas, que são os 11 remadores e um instrutor”, contou Marília Nobre, sócia
da escola de canoagem.
Ela ainda explicou que a
embarcação não precisou receber nenhuma adaptação para receber os usuários com
deficiências. “[A embarcação] é bem democrática, ela consegue receber todo
mundo, você só precisa de uma estabilidade de tronco para conseguir sentar.”
Além do Vibe Va’a Clube, a
iniciativa também contou com a participação da Secretaria Municipal do Turismo
(Setfor), que cedeu sete cadeiras adequadas para o banho — cadeiras anfíbias —
e uma equipe composta por três bombeiros militares, dois guardas-vidas da
Guarda Municipal de Fortaleza e três servidores da Setfor.
Kal Brynner, 34, é paratleta
de canoagem velocidade há cerca de 10 anos, mas tem o costume de treinar em
rios e lagos. “Esta é uma das primeiras vezes que eu entrei no mar nadando.
Isso já tem 18 anos desde a última vez que eu tinha entrado. Então, é uma
sensação muito boa, e poder estar participando de um projeto que tem essa
questão da inclusão, que tem um pessoal de apoio é sensacional”, explica.
O Projeto Remar surgiu em
meados de 2013 na Lagoa do Colosso e oferece atividades gratuitas às
quartas-feiras. “Nosso intuito não é apenas reunir as pessoas com deficiência,
o intuito é conectar pessoas. Às vezes uma mãezinha tem uma criança autista, e
você não sabe o perrengue que ela passa. Tem vez que a criança está no mundo
dela, curtindo numa boa. Quem passa pelo perrengue é a mãe, é a família”, conta
Tiago Camargo.
“Quando você pega uma mulher
dessa e traz aqui para o projeto, ela conhece outras mães que passam pelo
mesmo, elas se fortalecem. No fim das contas, o intuito é socializar a galera e
fazer uma atividade física”, adiciona.
O Povo