Wallace William da Costa, de 44 anos, cumpriu 4 anos por tráfico de drogas em Juiz de Fora. Com o ensino médio finalizado na penitenciária, ele também foi aprovado em engenharia, odontologia e passou em 9 concursos públicos.
O estudante foi preso em 1997, aos 18 anos, por tráfico de drogas e condenado a seis anos de prisão, quatro deles cumpridos em regime fechado na Penitenciária José Edson Cavalieri.
Na unidade prisional, ele conseguiu se formar no ensino médio e começou a escrever uma nova história de vida através da educação.
"Quando eu me vi privado da liberdade, vi que, ou eu continuava naquela vida ou ia mudar. Aí me deu um estalo e eu resolvi acabar de concluir o 2º grau dentro da penitenciaria, em um processo supletivo", relembrou.
Wallace diz ser prova viva que é preciso lutar pelos sonhos e que, mesmo no fundo do poço, ainda há esperança.
"Geralmente a pessoa que está nesse lugar não consegue enxergar nada de diferente. Mas, se você lutar, muda essa situação. Quando você bate no fundo do poço, você não tem mais para onde descer, então é onde você pega o impulso e sobe. Sempre vai haver esperança, desde que a pessoa queira. Sempre há uma nova forma de ver a vida".
Dificuldade de emprego por ser ex-presidiário
Quando saiu do regime fechado, o juiz-forano fez um curso de técnico de enfermagem, mas, mesmo formado, encontrou dificuldades no mercado de trabalho por ser ex-presidiário.
"Fiz um processo seletivo para um dos hospitais de Juiz de Fora e passei em todas as partes. Um dia uma pessoa me perguntou se já tinha tido problemas com a Justiça. Falei que sim, mas que havia liquidado isso. Ela ficou de me ligar e até hoje nada", contou.
A vontade de seguir carreira na área da saúde fez com que Wallace se mudasse para o Rio de Janeiro, até mesmo como forma de buscar novas portas e oportunidades.
G1