O Estado do Ceará é tradicionalmente conhecido pelo apelo turístico de suas praias, sobretudo, mas não são apenas o sol e o mar que produzem riqueza por aqui. Tomando o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), o qual considera atividades dos setores de Agropecuária, Indústria e Serviços, o Ceará tem boa participação nos três mercados.
As maiores empresas do Ceará, por exemplo, se distribuem entre os segmentos de saúde (Hapvida), financeiro (Banco do Nordeste), de alimentos (M. Dias Branco), de energia (Aeris), de telecomunicações (Brisanet) e de calçados (Grendene). Além disso, o estado está geograficamente bem localizado, sendo hoje o principal hub de cabos submarinos do país, a partir do qual os cabos seguem para o restante do Brasil.
Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), analisa essa composição do PIB estadual. “[É] interessante observar que o setor de Serviços se mantém com a maior participação no PIB cearense, mas outro destaque é que embora haja diferenças nos ciclos de crescimento de cada um desses segmentos, se tem a participação de todos eles, a diversificação, na composição dos valores finais”.
NÚMEROS
Dados divulgados em março deste ano pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), revelaram que, no último trimestre (out/nov/dez) de 2022, a Agropecuária apresentou forte aumento no chamado Valor Adicionado Bruto (VAB), com alta de 7,7% na comparação com 2021, sendo o setor com melhores números.
O desempenho decorre dos resultados obtidos pelo setor da agricultura, puxados, principalmente, pelo crescimento, na lavoura temporária, da produção de mandioca, milho e abacaxi. Já na lavoura permanente os destaques são banana, castanha de caju e coco-da-baía. Se tem bons índices também na produção de manga, goiaba, abacate, limão, tangerina e uva. Na pecuária, por sua vez, a produção de galináceos, a recuperação da produção de bovinos e o crescimento na produção de leite e ovos chamam à atenção.
Em segundo lugar, o crescimento de 1,92% dos Serviços, registrado pelo Ipece, é explicado pela expansão da atividade da Administração pública. A contribuição do comércio inclui varejo comum; vendas de veículos e materiais de construção; transporte, armazenagem e Correios. Esse último registrou alta pelo segundo ano consecutivo, finalizando 2022 com crescimento de 6,12%. O estudo do Ipece cita ainda os chamados “serviços prestados às famílias” e os “serviços de alojamento e alimentação”.
Completando o tripé do PIB, o setor industrial cearense é composto pelas atividades de Eletricidade, Gás e Água, além das Indústrias da Transformação e da Construção. Não se pode esquecer também da produção têxtil e calçadista, referências regional e nacional. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou, no fim do ano de 2022, que o setor no Ceará é o segundo maior empregador da atividade no Brasil, com cerca de 70,4 mil trabalhadores.