Exército colombiano diz estar perto de achar crianças perdidas na Amazônia

 

Uma série de pistas dos irmãos de 13 anos, 9 anos, 4 aos e um ano foram achadas na região da Amazônia colombiana




Exército da Colômbia informou que acredita "estar muito perto" de achar as crianças colombianas que se perderam na Amazônia há um mês. Foram encontrados um novo abrigo improvisado, frutas mordidas e uma pequena pegada recente, segundo as autoridades detalharam nesta terça-feira (30).

Uma série de pistas dos irmãos de 13 anos, 9 anos, 4 anos e um ano, que viajavam com sua mãe e outros dois adultos em um pequeno avião que caiu 1° de maio na densa floresta no sudeste do país, levam os colombianos a acreditar que eles estão vivos. 

As pistas apareceram nesse último domingo (28) e "nos confirmam duas coisas: a primeira é que estão com vida e a segunda é que estamos muito perto", conforme o general Pedro Sanchéz disse em entrevista à Blu Radio.

A pegada recente pode ser de Lesly, a irmã mais velha do grupo e quem, segundo seus familiares, tem habilidade para andar na floresta. Ao contrário das pegadas encontradas nos dias anteriores, o novo rastro indica que a menina agora caminha descalça. 

Cerca de 1,2 quilômetro ao sul da pegada "encontramos uma espécie de abrigo. Certamente os menores o utilizaram por uma ou duas noites", detalhou o general. 

"Em algum momento cruzamos (com as crianças). Unidades têm estado nesta área. Não é que estejamos atrás deles", mas as operações de buscas são organizadas a partir de diferentes pontos geográficos para cercar a área, acrescentou. 

O general coordena cerca de 160 militares que buscam as crianças na região entre os departamentos de Caquetá e Guaviare (sul) com o apoio de 70 indígenas

No início, grupos com cães farejadores procuravam os irmãos em uma área do tamanho de toda a província de Buenos Aires (323 km²). No entanto, as novas descobertas reduziram a zona de buscas "a cerca de 20 quilômetros quadrados".

BUSCAS EM MATA TOTALMENTE FECHADA 

Sobre a demora para encontrar as crianças da etnia huitoto, o general Sanchéz explicou que a tropa enfrenta "um terreno de mata totalmente fechada, onde a 20 metros não se vê absolutamente nada. (Com) árvores de 40-50 metros (...) onde os raios del sol entram com mais dificuldade". 

Além disso, "chove muito forte 16 horas por dia", e as pegadas são apagas e "reduz a capacidade de ouvir qualquer movimento", segundo o alto comando.

Apesar das adversidades, os militares conseguiram determinar que as crianças "seguiram para o norte pelo canal do Arará, que desemboca no Apaporis", um dos principais rios da região. 

Ali vivem onças, suçuaranas, serpentes e outros predadores. Também há guerrilheiros que se afastaram do acordo de paz assinado pelas Farc em 2016.

UM MÊS DESAPARECIDOS 

As crianças embarcaram no avião com a mãe no dia 1° de maio para fugir de guerrilheiros que recrutam e ameaçam os habitantes da região. Apesar disso, o general à frente das buscas assegurou que é "pouco provável" que os desaparecidos estejam em poder de um grupo armado.

Os três adultos com os quais os pequenos viajavam foram encontrados pelo Exército no local do acidente, mas os menores ainda não foram localizados.

"Não encontramos pegadas de adulto. Os informes de inteligência nos indicam que não há ingerência" da guerrilha no ponto onde o avião se acidentou.   

"Também temos relatos de (que) uma comunidade indígena" não contactada esteja com eles, acrescentou o militar.

No último dia 17 de maio, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, informou que as crianças haviam sido encontradas com vida, mas no dia seguinte se retratou e lamentou a informação equivocada. 


Diário do Nordeste

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