Fortaleza é, segundo a plataforma de buscas por passagens Decolar, o destino mais procurado para as férias de julho próximo. A capital cearense encabeça uma lista em que possui sempre cadeira cativa, entre os destinos nacionais mais procurados.
Além disso, Jericoacoara foi escolhida o 10º melhor destino no Brasil para viajar, segundo o “Guia Viajar Melhor”, conforme informação do Governo do Estado. O Ceará está sempre muito bem posicionado, quando se mencionam destinos de praia.
Apesar da elevada procura, o mês de julho 2023 ainda terá menos assentos ofertados por companhias aéreas que igual período do ano passado, quando comparados os três maiores aeroportos do estado: Fortaleza, Juazeiro do Norte e Jericoacoara (Cruz).
A causa para a queda no número de assentos foi a redução generalizada de operações em todos os aeroportos.
A diminuição mais forte se dará no aeroporto de Jericoacoara, em que haverá redução forte no número de operações mensais da Azul e da Gol, além da saída da Voepass, conforme anunciamos. A previsão é uma queda de 29% no número de assentos no aeroporto de Jeri.
COMO ESTÁ FORTALEZA NA ALTA ESTAÇÃO?
Em Fortaleza, chama atenção inclusive o (previsto) decréscimo de operações da Latam, maior player do Ceará.
Mesmo com o lucro no 1º trimestre de US$ 121,8 milhões, especificando que a operação no Brasil está exitosa e com uma taxa de ocupação média em Fortaleza de 80%, totalmente dentro da média do mercado, a companhia vem aumentando timidamente suas operações em 2023 no Ceará.
Em nota à coluna, a companhia informou que “está sempre atenta às necessidades dos clientes e na demanda de cada região para investir em mercados sustentáveis. Atualmente, a Latam opera voos a partir da capital cearense para 12 aeroportos nacionais, além da rota internacional Fortaleza-Miami, reinaugurada em julho de 2022”.
A Azul foi a única a crescer, inclusive estreando com a Conecta no Ceará. As 70 esperadas operações, entretanto, não impactam tanto no número de assentos por se tratar de aeronave com apenas 9 assentos. Bom ressaltar que a companhia tem cancelado bastantes voos da Conecta no Ceará, como no caso de Iguatu:
“A Azul informa que, de 1º a 30 de maio, 4 voos que partiriam de Iguatu com destino a Fortaleza, foram cancelados por conta de manutenção não programada. Os clientes foram previamente informados e receberam toda a assistência necessária, de acordo com a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia lamenta eventuais transtornos causados”.
Um mês de manutenção não programada tem cara de baixa ocupação e não-operação deliberada, mesmo com reportes de passageiros aguardando nos destinos.
O duplo crescimento da Azul e Azul Conecta, não compensou, entretanto, grande redução da Gol, que fará as operações na capital cearense desabarem com 157 decolagens a menos em julho deste ano, ou quase 6 decolagens a menos por dia. Menos voos para Manaus, Belém, São Luís, Salvador e Recife.
A alta estação de julho estará novamente impactada, como a alta estação de janeiro esteve.
Fortaleza deverá ter 6% menos assentos que tinha há um ano, já adicionadas as operações da Voepass para Noronha, Juazeiro e Aracati, refletindo provavelmente, menos passageiros que julho de 2022.
Em Juazeiro do Norte, a queda nos assentos ofertados é tênue (3%) e se traduz na redução de assentos pela Azul, quando trocou as operações com o Airbus 320 pelo Embraer 195-E2. A companhia também não prevê para julho, operações para Guarulhos como teve há 1 ano.
Latam está estagnada em Juazeiro. Assim, a queda não foi maior, porque já contabilizamos os assentos da Voepass (retorno) para o Cariri que já estão à venda, porém, ainda não se acham nos dados Anac.
SITUAÇÃO DE JERICOACOARA
Em Jeri, a queda no número de assentos é a mais pronunciada, sobretudo por reduções de operações da Gol, da Azul e da Voepass. A última deixou de voar para a praia em maio e não anunciou retomada ainda.
A Gol não trouxe (até aqui) o retorno das operações entre Jeri e Brasília como fez em julho de 2022.
A Azul reduziu operações e passou a utilizar aeronave menor entre Jeri e Confins, o Embraer 195-E2, que possui menos 30 assentos que o Airbus 320.
RECIFE E SALVADOR
No mesmo período, Salvador saltará de uma média de 710 mil assentos para mais de 850 mil. A Gol por lá incrementou ainda mais suas operações.
Recife terá mais de 1,05 milhão de assentos em 2023, quando em julho de 2022, ofertou média superior a 980 mil assentos. A Azul chama essa enorme quantidade de assentos de onda azul.
O que se desenha para a alta estação de julho é novamente um turismo aéreo bem mais fraco que o pré-pandemia e do que se verá em grandes outras praças do Nordeste.
Como sempre mencionamos, os atores responsáveis por retomar o movimento aéreo do estado precisam estar vigilantes, porque o momento não é de comemoração, mas de correr atrás, divulgar, fortalecer, facilitar, promover, atrair. Há outros estados lutando para receber voos que operavam no Ceará.
Não é o voo pelo voo, mas o voo que induz melhores índices econômicos para o estado, mais turistas. Além disso, a queda no número de assentos em período de férias deve impactar diretamente no preço das passagens aéreas. Quanto menos assentos, com demanda alta, maior é o preço para o consumidor.
Diário do Nordeste