Analfabetismo recua no Ceará, mas ainda fica acima das médias nacional e regional

 Nordeste foi a região que registrou os piores índices, segundo dados da Pnad Contínua; 12% da população do Ceará ainda não sabe ler e escrever



O analfabetismo recuou no Ceará, nos últimos sete anos. É o que mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação (2022), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quarta-feira, 7. O percentual da população com 15 anos ou mais que não ler e escrever é de 12%. O número se refere ao ano de 2022, o último a ser consolidado pela pesquisa. Em 2016, 14,3% da população cearense era considerada analfabeta.

Apesar do avanço da alfabetização, em 2,3%, os números do Ceará estão longe de serem confortáveis. O estado fica, ainda, um pouco acima da média da região Nordeste – aquela que tem os piores indicativos. O analfabetismo na região alcança 11,7% da população. O percentual é bem maior do que a média nacional: 5,6%.

AVANÇOS

A taxa de analfabetismo no Brasil registrou queda de 0,5 ponto percentual entre 2019 e 2022, de acordo com dados da Pnad Contínua. De acordo com o levantamento, 5,6% da população do país com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever em 2022. São 9,6 milhões de pessoas. A publicação também reúne dados envolvendo outros indicadores como nível de instrução, frequência à escola e abandono escolar. Chamam atenção as assimetrias observadas nos recortes regionais e raciais.

A Pnad Contínua começou a ser feita em 2012 com nova metodologia para substituir simultaneamente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A nova edição atualiza a série histórica com os dados de 2022. O levantamento registra declínio do analfabetismo no país desde o início do levantamento em 2016, quando 6,7% da população não sabiam ler e escrever. A nova taxa de 5,6% reflete a queda em todas as faixas etárias. No entanto, entre os idosos, a proporção de analfabetos é mais significativa. Na população com 60 anos ou mais, 16% não sabiam ler e escrever em 2022. “Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças”, revela o levantamento.

DESIGUALDADE

Quando se inclui a variável gênero, observa-se que o analfabetismo entre os idosos atinge mais mulheres do que homens. No entanto, considerando a população com 15 anos ou mais, o cenário se inverte: não sabem ler e escrever 5,9% dos homens e 5,4% das mulheres.

Embora a queda nas taxas tenha sido registrada em todas as regiões, as discrepâncias ainda são notórias. O Nordeste abriga 55,3% de todos os brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever. O analfabetismo na região alcança 11,7% da população. No Norte, são 6,4%. As demais regiões – Centro-Oeste (4%), Sul (3%) e Sudeste (2,9%) – têm taxas abaixo da média nacional.

O IBGE chama a atenção para os desafios do país e de cada região, visando ao cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei Federal 13.005/2014. Pelas metas estipuladas, as taxas entre pessoas com 15 anos ou mais deveriam ter caído para 6,5% em 2015, o que só foi alcançado pelo Brasil em 2017. Além disso, a erradicação do analfabetismo é almejada para 2024. 


Com informações da Agência Brasil



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