De janeiro a maio deste ano, foram registrados 1.777 acidentes de trânsito provocados pelo excesso de velocidade
Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre o trânsito no Brasil revelou que o desrespeito ao limite de velocidade nas rodovias federais brasileiras causou quase três vezes mais mortes do que a combinação perigosa entre álcool e direção. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 1.777 acidentes de trânsito provocados pelo excesso de velocidade, resultando na morte de 183 pessoas e deixando outras 2.151 feridas.
No mesmo período, o consumo de álcool e substâncias psicoativas por parte dos motoristas causou 67 mortes e deixou 1.241 pessoas feridas em 1.429 acidentes. Ao todo, foram contabilizados 26.716 acidentes de trânsito, resultando em 2.115 mortes e 30.958 feridos nos primeiros cinco meses do ano.
O diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, destaca que, embora seja comum minimizar o desrespeito ao limite de velocidade, dirigir em alta velocidade aumenta significativamente os riscos e a gravidade dos acidentes de trânsito
“Os limites de velocidade estabelecidos nas rodovias existem para garantir a segurança de todos que as utilizam. A velocidade afeta o tempo de reação diante de imprevistos, a eficácia da frenagem, a estabilidade do veículo, a visibilidade e, principalmente, a intensidade do impacto”, explica Alysson Coimbra.
Excesso de velocidade é responsável por mais mortes no trânsito do que álcool
No primeiro trimestre deste ano, o número de autuações por excesso de velocidade nas rodovias federais registrou um aumento de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior. A cada minuto, quatro motoristas foram multados, totalizando 501.453 autuações.
Esse aumento reflete a ampliação das fiscalizações com radares móveis da PRF, que cresceram 30,5% nos três primeiros meses do ano, totalizando 6.266 ações. Durante esse período, os radares móveis foram operados por 12.200 horas, um aumento de 35,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
“Nossas rodovias não foram adaptadas ao longo dos anos para o atual modelo de circulação. O aumento dos pontos críticos, trechos com altos índices de acidentes, é resultado de problemas crônicos na pavimentação, associados à circulação irregular de veículos acima do peso. O excesso de velocidade nesses trechos resulta em acidentes cada vez mais graves e fatais. Uma vez que não temos uma previsão de resolução desse problema, reduzir a velocidade pode ser determinante entre a vida e a morte em eventos evitáveis”, conclui o diretor da Ammetra.
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