Uma vacina da dengue produzida por um laboratório japonês e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode não ser utilizada pelo Governo Federal no programa de imunização da rede pública. Segundo a pasta, são necessárias análises antes de disponibilizar o imunizante pelo SUS.
A decisão do Ministério da Saúde causou polêmica e gerou críticas por parte dos opositores, que afirmam que a gestão Lula estaria negligenciando a prevenção da doença. Entenda, a seguir, qual é a vacina da dengue do Japão, qual o preço e por que o Governo Federal não vai utilizá-la neste momento.
Vacina dengue Japão
A vacina da dengue do Japão, batizada de "Qdenga", foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e recebeu aprovação da Anvisa em março deste ano.
O imunizante obteve eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, e pode ser aplicada em pessoas com idade entre 4 e 60 anos.
No entanto, integrantes do Ministério da Saúde afirmam que o imunizante ainda precisa passar por análises internas antes de ser incorporado à rede pública. Esse processo é realizado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Nesse estudo, a entidade analisa aspectos como “eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia com base nas melhores evidências científicas disponíveis”.
Enquanto a Conitec estipula prazo de análise de medicamentos de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90, a empresa japonesa Takeda acredita que o processo deve levar até 18 meses.
Vacina da dengue valor
De acordo com reportagem do Estadão, a vacina já está sendo comercializada. Em estabelecimentos de São Paulo, o imunizante pode ser encontrado por valores entre R$ 425 e R$ 478.
O esquema completo de vacinação é feito com duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
Vacina da dengue aprovada pela Anvisa
Apesar da aprovação da vacina japonesa pela Anvisa, o secretário Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Carlos Gadelha, disse ao O Globo que a prioridade é fortalecer a produção nacional.
Hoje, o imunizante brasileiro é desenvolvido pelo Instituto Butantan, que iniciou as pesquisas em 2009 e ainda não chegou a um desenvolvimento completo. A previsão é que o estudo da vacina nacional seja enviado para análise da Anvisa somente no final de 2024.
Isso significa que a vacina da dengue brasileira só deve ser disponibilizada em 2025.
Vacina dengue 2025
Carlos Gadelha defende que o complexo industrial da saúde é estratégico e ajuda a salvar mais de 200 mil vidas.
"Por isso, a análise da vacina da dengue segue essa perspectiva de desenvolvimento tecnológico para cuidar das pessoas".
Por outro lado, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, alertou para o alto número de mortes em decorrência da dengue em 2023, e defendeu urgência na viabilização do imunizante.
"Isso poderia ser reduzido caso uma vacina fosse implementada. Esperar uma vacina do Instituto Butantan pode custar vidas, principalmente dos grupos mais vulneráveis. O ministério deve ter sensibilidade para entender que essa vacina é necessária o mais imediatamente possível para alguns grupos", disse o infectologista.
Vacina da dengue Lula
Nas redes sociais, opositores passaram a criticar o Governo Federal, nas pessoas do presidente Lula e da ministra Nísia Trindade, afirmando que o Planalto estaria negligenciando a imunização dos brasileiros. Veja alguns relatos.
JC NE 10