Após o sequenciamento dos genes da bactéria os cientistas descobriram que a espécie nunca havia sido documentada formalmente
Após várias mordidas, ele somente procurou o pronto-socorro oito horas de depois, quando suas mãos já estavam completamente inchadas. Durante o atendimento, as várias mordidas foram cuidadas, além disso, ele tomou uma vacina antitetânica antes de ir para casa, tendo sido receitado também antibióticos.
No dia seguinte foi encaminhado de volta ao hospital com seus dedos mindinho e médio da mão esquerda inchados, juntamente com os antebraços, que desenvolveram um tom avermelhado. Foi necessária uma cirurgia para remover o tecido danificado presente ao redor de suas feridas. Dessa vez, ele recebeu três antibióticos diferentes por via intravenosa e foi enviado para casa com antibióticos orais.
O tratamento funcionou e ele se recuperou totalmente. No entanto, os médicos responsáveis pelo caso, no hospital, precisavam descobrir o que havia acontecido. Ao analisarem os microorganismos presentes nas amostras das feridas, foi encontrado um organismo irreconhecível, mas semelhante ao Streptococcus.
A Streptococcus é um gênero de bactéria gram-positiva conhecido. Ela é a responsável por infecções como meningite, faringite estreptocócica, pneumonia bacteriana e conjuntivite, entre muitas outras doenças. Contudo, ao sequenciar parte do genoma dessa bactéria, não houve correspondência com nenhuma cepa já registrada pela ciência. A bactéria gram-positiva chamada Globicatella nunca antes havia sida documentada formalmente.
“Este relatório destaca o papel dos gatos como reservatórios de espécies bacterianas ainda não descobertas que têm potencial patogênico humano”, escreveram os autores do estudo de caso, publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA.
O Globo