A Justiça do Ceará decretou a prisão preventiva de oito policiais lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (BEPI). A reportagem apurou que até o início da noite desta sexta-feira (15) cinco PMs se apresentaram e foram detidos por força dos mandados.
Todos eles são investigados por tortura. Os militares teriam privado de liberdade três homens, sendo que um deles, Antônio Marcos da Silva Costa, segue desaparecido desde o último dia 27 de agosto. Os crimes aconteceram na Praia do Maceió, em Camocim e foi presenciado por populares, incluindo crianças que estavam em barracas de praia.
Todos os oito PMs suspeitos foram afastados preventivamente, por 120 dias das suas funções, por determinação da Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
De acordo com a Controladoria, há investigação em andamento "com o fim de apurar as condutas transgressivas que lhe são atribuídas" e "bem como, a incapacidade destes para permanecerem nos quadros da Corporação Militar a qual pertencem".
"EU QUERO MEU FILHO"
Em entrevista à TV Verdes Mares, familiares de Antônio Marcos da Silva Costa exigiram investigação do caso e notícias do paradeiro da vítima. A mãe, Torquato Feitosa da Silva Lira, afirma que "o que eles fizeram não é papel de Polícia".
"Eu quero Justiça pelo meu filho. Eu quero meu filho"
Pai e irmão do desaparecido dizem que populares ouviram os gritos de Antônio Marcos e dos outros dois homens, também torturados, mas soltos horas depois.
De acordo com investigação da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da CGD, os outros dois homens voltaram para casa na madrugada de 28 de agosto de 2023, "tendo o aparelho celular de um deles permanecido na posse dos policiais militares, enquanto o terceiro, Antônio Marcos da Silva Costa, permanece desaparecido".
Para determinar o afastamento, a Controladoria ainda considerou os relatos de testemunhas que dizem que "duas viaturas policiais chegaram ao local e passaram a realizar abordagem de rotina e, em não encontrando nada, solicitaram que o rapaz conhecido por “Marcão” entregasse seu celular, ao que este recusara e então passaram a espancá-lo juntamente com os outros dois rapazes, colocando os três dentro de uma viatura, seguindo em direção a praia do Maceió e, chegando a altura do parque eólico, passaram a torturá-los, ao tempo em que eram questionados por armas a todo momento".
Diario do Nordeste