O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ontem (14) ao Congresso o Projeto de Lei do Combustível do Futuro, um pacote de iniciativas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa, com previsão de investimento de R$ 250 milhões.
Dentre as propostas do projeto está o teor mínimo de 22% e o aumento para 30% da quantidade de etanol anidro (com baixo percentual de água) na composição da gasolina comum. Desde 2015, essa quantidade é de 27,5%.
Contudo, segundo especialista consultado por UOL Carros, a medida pode ser prejudicial aos motores a gasolina, principalmente dos carros mais antigos.
O que pode acontecer?
Nos motores flex não haverá problemas, mas nos movidos somente a gasolina pode haver aumento de corrosão, desgaste de itens pode onde passa o combustível e dificuldade de pegar pela manhã. Carros com injeção direta podem ser mais afetados por esses problemas.
Quem mais vai sofrer são os carros antigos que tem carburador. Quando eram feitos, eram 20% de álcool na gasolina, então não tem como corrigir sem regular o carburadorPedro Luiz Scopino, responsável técnico da Scopino Auto Club
Todos os carros também vão gastar mais, já que o álcool tem menor poder de combustão e precisa estar em maior quantidade para queimar o ar dentro da câmara do motor.
Gasolina 'pura' seria solução?
Se a gasolina fosse pura, no entanto, os carros nacionais teriam problemas, pois o álcool funciona como um inibidor de detonação.
"Antigamente era usado o chumbo, que é prejudicial à saúde, então temos o álcool, mas o ideal seria 20%", diz Scopino.
Sem o inibidor de detonação, o papel cumprido pelo álcool, os motores teriam o que se chama de "batida de pino". Com o tempo, essas detonações podem danificar peças do motor.
UOL