A família da carioca Bruna Valeanu, de 24 anos, que estava desaparecida em Israel, confirmou a morte da jovem no fim da manhã desta terça-feira (10). Ela estava no festival de música eletrônica interrompido por ataque do Hamas no sábado (7), assim como a também carioca Karla Stelzer Mendes, 41,que não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem.
Na segunda (9), militares israelenses encontraram o corpo de Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos. Gaúcho de Porto Alegre, ele estava na mesma festa rave. Em entrevistas, amigos de Bruna e Karla contaram que elas mandaram mensagens por aplicativo para parentes e amigos, na manhã de sábado (horário local). No entanto, depois que as notícias do ataque à rave se espalharam elas não enviaram nem responderam mensagens nem telefonemas.
Bruna Valeanu morava em Israel havia 8 anos
Bruna se mudou para Israel em 2015. Atualmente morava em Petah Tikva, cidade a 10 quilômetros da capital Tel Aviv, com sua mãe, Roza Valeanu, também carioca.
A jovem estudava comunicação, sociologia e antropologia na Universidade de Tel Aviv. Em uma publicação, havia dito que estava desenvolvendo habilidades em marketing e redes sociais.
Quando morava Brasil, Bruna trabalhou em um movimento sionista religioso chamado Bnei Akiva e estudou na escola judia bilíngue TTH Barilan, que tem duas unidades no Rio de Janeiro.
Ela também foi instrutora de tiro das Forças de Defesa de Israel entre 2018 e 2020 – mulheres com cidadania israelense residente no país são obrigadas a servir o exército por dois anos – e trabalhou com vendas em uma empresa de seguros de Israel.
Bruna foi para a festa rave com um grupo grande de amigos, brasileiros e israelenses. Ela acabou se separando, na hora do ataque, das outras amigas, que se salvaram. Ficou em um grupo onde estava um amigo do trabalho, que é israelense, segundo testemunhas.
Filho de Karla Stelzer integra exército israelense
Já Karla Stelzer mora em Israel há 11 anos, na cidade de Bet Ezra. Ela tem um filho de 19 anos, que também mora em Israel e faz parte do exército local.
Na festa em que desapareceu, estava acompanhada do namorado, o israelense Gabriel Azulay, que também está desaparecido.
Parentes doaram material genético para possível identificação de corpos
Familiares das brasileiras foram orientados por autoridades israelenses a se dirigirem a alguma delegacia de polícia do país para colher amostras de DNA, por causa da quantidade de vítimas encontradas na área da festa.
Autoridades do governo isralense foram informadas no domingo que haviam sido localizados cerca de 260 corpos na área do festival de música eletrônica, no distrito sul do país. Até a manhã desta terça-feira não haviam sido identificadas todas as vítimas. Também era incerta a quantidade de desaparecidos.
O evento em que estavam os brasileiros no sábado era uma edição local do Universo Paralello, criado em Goiás pela família do mundialmente famoso DJ Alok e realizado anualmente em uma praia da Bahia. O pai dele, Juarez Petrillo, estava no local. Com o nome artístico de DJ Swarup, havia sido contratado para se apresentar – o festival foi organizado por uma empresa isralense, que pagou para usar o nome e o modelo do festival brasileiro.
O Tempo