Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista que Israel tem que matar milhões de inocentes, diz Lula



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, durante sua live semanal “Conversa com o Presidente” nesta terça (24), a reação de Israel diante do ataque terrorista do Hamas no país em 7 de outubro.

“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem que matar milhões de inocentes, sabe? Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade”, disse.

“Espero que a gente possa ter tranquilidade, espero que Israel tenha compreensão, espero que o Hamas tenha compreensão do erro que cometeram e espero que Israel tenha compreensão do que está acontecendo com milhões de crianças na Faixa de Gaza. Espero que o mundo tenha compreensão”, acrescentou.

O Brasil, que preside o Conselho de Segurança da ONU, tem se posicionado internacionalmente e lidera os debates a favor da abertura de corredores humanitários e do cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas. Na live, o presidente apontou um enfraquecimento da ONU e cobrou que os países interfiram para pacificar a região.

“Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. Os Estados Unidos poderiam ter uma maior interferência, mas as pessoas não querem. As pessoas querem guerra, querem incentivar o ódio, querem estimular o ódio e eu não vejo assim. Podem me criticar quanto quiserem. O Lula vai continuar falando em paz”, afirmou Lula.

Ele defendeu ainda a solução de dois Estados, que prevê a criação de um Estado palestino, como solução para o conflito, a exemplo do que defendem também Rússia e China.

“Numa mesa de negociação não morre ninguém, custa mais barato e a gente pode encontrar solução. É preciso que a gente consiga que lá, lá no Oriente Médio, Israel fique com o território que é seu e está demarcado pela ONU e os palestinos tenham o direito de ter as suas terras, é simples assim.”

No sábado (22), durante a Cúpula da Paz do Cairo convocada pelo Egito à qual foi enviado para representar Lula, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que “o Brasil seguirá atuando incessantemente para evitar a escalada do conflito, e buscará construir acordos que protejam a população civil, aliviem a dramática situação humanitária e garantam a segurança dos agentes de ajuda humanitária.”

O Conselho se reúne novamente nesta terça-feira (24) para debater a guerra. Na quarta-feira (18), data do último encontro do grupo, os Estados Unidos foram o único país a votar contra e usaram seu poder de membro-permanente para vetar uma resolução desenhada pelo Brasil sobre o conflito.

O texto condenava toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo e apelava à libertação imediata e incondicional de todos os reféns. A resolução proposta pelo Brasil pedia ainda pausas no conflito que permitissem o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, região onde a guerra está concentrada.

CNN Brasil

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