Nos últimos dias, a onda de extremo calor que atinge todas as regiões do País tem chamado a atenção de autoridades e causado preocupação na população em relação à saúde. No Ceará, a maior temperatura do ano ocorreu ainda no fim do mês de outubro, no município de Jaguaribe, a 293 km de Fortaleza, com 41,9°C. A previsão é de que as temperaturas devem continuar altas até o fim do ano, por isso é importante pensar na proteção.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o calor atual acontece por causa do afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) da costa cearense, além da ausência de outros sistemas precipitantes, como a predominância do fenômeno El Niño.
Os maiores riscos para a saúde começam quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, que é de cerca de 36,5 graus, apontam especialistas. Segundo a coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Messejana e médica clínica geral, Cinthia Rocha, acima dessa temperatura, o corpo fica sobrecarregado para se manter em equilíbrio. “Isso acarreta aumento das perdas indiretas, desidratação por suor ou pela transpiração da pele, o que chamamos de distúrbio hidroeletrolítico, reduzindo a quantidade de água no sangue e obrigando o coração a trabalhar mais para manter a pressão arterial, o que pode provocar taquicardia ou até mesmo infarto, caso a pessoa tenha um problema cardíaco pré-existente”, destaca.
Ainda segundo a coordenadora da UPA, pessoas com doenças cardiovasculares, crianças menores de dois anos e idosos correm maior risco na exposição às temperaturas elevadas. “Crianças e idosos, por exemplo, bebem água com menos frequência. Em locais com alta temperatura, o risco de desidratação é alto. Sintomas como boca seca, irritabilidade, tonturas e desmaios por baixa pressão devem ser monitorados com atenção”, alerta a médica.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO