O Governo do Ceará rebateu as denúncias sobre a existência de canais secos e fechamentos de bombas nos rios que integram o Cinturão das Águas (CAC). De acordo com a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), 0 Cinturão das Águas foi criado para ligar 12 bacias hidrográficas do Ceará ao Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf). A ligação à Transposição do São Francisco é feita a partir do Eixo Norte e é a principal obra do Pisf no Ceará.
Os técnicos da SRH frisam que são recorrentes os conteúdos maliciosos que abordam o Cinturão das Águas. Dentro dessa recorrência, é praticamente sazonal a produção de desinformações com imagens de trechos secos do CAC. Alguns desses trechos secos são obras em processo de realização dos lotes 3 e 4. Recentemente, o Governo do Estado recebeu um aporte de R$ 50 milhões para essas obras, que estão em processo de licitação. Como estão ainda em construção, esses trechos ainda não recebem as águas do Pisf.
Os trechos ficam secos em períodos do ano quando alguns canais não são utilizados. Isso ocorre porque a demanda de água da transposição é feita a partir de um planejamento das companhias estaduais de gestão dos recursos hídricos. Dessa forma, a água do Pisf só é requisitada quando necessária nos tempos de estiagem, e não ao longo do ano inteiro. Em 2022, segundo a SRH,o Ceará demandou a água da transposição a partir de fevereiro.
A SRH continua a defesa do Governo do Estado ressaltando que outra desinformação recorrente que lança mão de imagens de trechos secos são conteúdos maliciosos que acusam o Governo Federal de fechar as bombas do Pisf. No começo do ano, o funcionamento das motobombas da Estação EBI-3 foi interrompido para manutenção.
A nota também ressalta que recentemente foi postado um vídeo, gravado este ano, de um garoto banhando-se em um dos canais. As imagen foram veiculadas nas redes sociais como tendo sido registrada no ano passado, em contraste com uma imagem de um canal seco que não correspondia com a realidade.
O CINTURÃO DAS ÁGUAS
O Cinturão das Águas é formado por 145,3 quilômetros de caminhamento, compreendendo segmentos de canal a céu aberto, túneis e sifões, com a função de aduzir a água derivada da barragem Jati, situada no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, na região hidrográfica do Rio Salgado, até as nascentes do Rio Cariús, no município de Nova Olinda, na região do Alto Jaguaribe.
As obras estão orçadas atualmente em aproximadamente R$ 2,083 bilhões. Desses, mais de R$ 1,6 bilhão são oriundos de repasse da União e R$ 393,56 milhões de contrapartida do Governo do Ceará. Além disso, está em trâmite na Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do MIDR um pedido de aporte adicional de R$ 190 milhões, que já conta com aprovação da área técnica. Além disso, foram repassados ao Estado R$ 29 milhões para elaboração dos projetos executivos do empreendimento.