EUA anunciam exercícios militares na Guiana, e Venezuela vê provocação

 

De acordo com as autoridades americanas, as operações são consideradas rotineiras e visam o fortalecimento da parceria militar entre os dois países



As Forças Militares dos Estados Unidos realizarão exercícios militares na Guiana, na região do Essequibo, nesta quinta-feira, 7, de acordo com um comunicado divulgado pela embaixada dos EUA em Georgetown. Essas operações, que são consideradas “rotineiras”, têm como objetivo fortalecer a parceria militar entre os dois países e promover a cooperação regional. Essequibo tem sido motivo de tensão entre a Venezuela e a Guiana, especialmente após os resultados do plebiscito venezuelano no domingo, 3, que considerou o Essequibo como parte do território venezuelano. Essa região é rica em petróleo e representa 70% do território da Guiana atualmente. Os exercícios serão conduzidos pelo Comando Sul dos EUA, que possui acordos de cooperação militar com o país sul-americano para preparação de desastres, segurança aérea e marítima, e combate a organizações criminosas transnacionais. A embaixada dos EUA reforçou o compromisso de ser um parceiro de segurança confiável para a Guiana.

Essas atividades estão alinhadas com as declarações do presidente guianense, Mohamed Arfaan Ali, que tem buscado aliados para garantir a defesa da região em caso de um possível conflito armado. Os exercícios foram anunciados um dia após o desaparecimento de um helicóptero militar guianense que sobrevoava o Essequibo. As autoridades descartam a possibilidade de um ataque e atribuem o desaparecimento às más condições climáticas da região. Na tarde desta quinta-feira, as Forças Armadas de Guiana encontraram a aeronave. Existe a possibilidade de haver sobreviventes.  Antes do plebiscito venezuelano, autoridades de defesa dos Estados Unidos e da Guiana se reuniram para discutir o futuro da aliança entre os dois países. Desde 2022, eles possuem um acordo de cooperação militar.

No entanto, a Venezuela vê essa aliança como um sinal de provocação. O governo chavista acusa a Guiana de agir sob o mandato da ExxonMobil, a gigante petrolífera americana que explora o petróleo na região. “Esta infeliz provocação dos Estados Unidos a favor […] da ExxonMobil na Guiana é outro passo na direção errada. Alertamos que não irão nos desviar de nossas futuras ações pela recuperação do Essequibo. Não se enganem! Viva a Venezuela!”, disse Vladimir Padrino López, ministro da Defesa venezuelano. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que continuará incentivando o diálogo entre os países para uma resolução pacífica do conflito.

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