Estado saltou três posições no ranking, em comparação a 2022, e indicador demonstra aumento de repressão à comunidade
O Ceará é o quinto Estado do Brasil com o maior número de mortes violentas contra a população LGBTQIAPN+, é o que revela dados divulgados, no último sábado (20), pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental (ONG) LGBT da América Latina. Em 2023, a cada 34 horas, uma pessoa LGBTQIA+ foi vitimada no Brasil. Ao todo, foram registradas 257 mortes violentas contra pessoas LGBTQIAPN+, consolidando o país como o mais homotransfóbico do mundo.
No entanto, o número pode ser ainda maior. Segundo a ONG, 20 mortes continuam sob apuração, o que poderia elevar esse número para até 277 casos. “O governo continua ignorando esse verdadeiro holocausto que, a cada 34 horas, mata violentamente um LGBT”, disse o fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott.
No Ceará, houve um aumento inexplicado da mortalidade violenta da população LGBT+. O Estado saltou 3 posições no ranking, em comparação a 2022, quando o número de casos registrados foi de 14. Já em 2023, o número de casos foi de 21, um aumento de 50%. O Estado só fica atrás de São Paulo (34), Minas Gerais (30), Rio de Janeiro (28) e Bahia (22).
A morte de travestis e transgêneros ultrapassaram, em número absoluto, a dos gays. Do total de mortes registrados em 2023, 127 se referiam a pessoas travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 foram identificadas como lésbicas e 3 como bissexuais. O relatório da ONG revela, ainda, que a maioria das vítimas eram jovens e que tinham entre 19 e 45 anos quando foram vitimados violentamente.
Acerca do local onde aconteceu a violência, o relatório pontua que uma em cada quatro pessoas LGBT morreram nas ruas ou espaços externos. “Persiste o padrão de travestis serem assassinadas a tiros na pista, terrenos baldios, estradas, motéis e pousadas, enquanto gays e lésbicas são mortas a facadas ou com ferramentas e utensílios domésticos, sobretudo dentro de seus apartamentos”, pontua o relatório.
De acordo com a ONG, esses números alarmantes reforçam a urgência de ações e políticas públicas efetivas para combater a violência direcionada à comunidade LGBTQIAPN+. A começar pela contabilização oficial dessas mortes. “O Grupo Gay da Bahia sempre solicitou ou reivindicou que o poder público se encarregasse das estatísticas de ódio em relação a LGBT, negros e indígenas. Mas, infelizmente, as delegacias e secretarias de Segurança Pública deram conta de registrar, em nível nacional, todas as violências de assédio, bullying, espancamento e mortes de LGBT”, disse Mott.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Diversidade do Ceará, mas até o momento não obteve resposta.
GRUPO GAY DA BAHIA
Associação de defesa dos direitos humanos da comunidade LGBTQIAPN+, o Grupo Gay da Bahia é a mais antiga organização não governamental (ONG) da América Latina em relação à pauta. Há 44 anos, a ONG coleta dados sobre mortes por homicídio e suicídio dessa população LGBTQIAPN+ por meio de notícias, pesquisas na internet e informações obtidas com parentes das vítimas.
MORTES VIOLENTAS DE LGBTQIAPN+
Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023 foram registradas 257 mortes violentas, sendo:127 travestis e transgêneros;
118 gays;
9 lésbicas; e
3 bissexuais.
Opniao CE
No entanto, o número pode ser ainda maior. Segundo a ONG, 20 mortes continuam sob apuração, o que poderia elevar esse número para até 277 casos. “O governo continua ignorando esse verdadeiro holocausto que, a cada 34 horas, mata violentamente um LGBT”, disse o fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott.
No Ceará, houve um aumento inexplicado da mortalidade violenta da população LGBT+. O Estado saltou 3 posições no ranking, em comparação a 2022, quando o número de casos registrados foi de 14. Já em 2023, o número de casos foi de 21, um aumento de 50%. O Estado só fica atrás de São Paulo (34), Minas Gerais (30), Rio de Janeiro (28) e Bahia (22).
A morte de travestis e transgêneros ultrapassaram, em número absoluto, a dos gays. Do total de mortes registrados em 2023, 127 se referiam a pessoas travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 foram identificadas como lésbicas e 3 como bissexuais. O relatório da ONG revela, ainda, que a maioria das vítimas eram jovens e que tinham entre 19 e 45 anos quando foram vitimados violentamente.
Acerca do local onde aconteceu a violência, o relatório pontua que uma em cada quatro pessoas LGBT morreram nas ruas ou espaços externos. “Persiste o padrão de travestis serem assassinadas a tiros na pista, terrenos baldios, estradas, motéis e pousadas, enquanto gays e lésbicas são mortas a facadas ou com ferramentas e utensílios domésticos, sobretudo dentro de seus apartamentos”, pontua o relatório.
De acordo com a ONG, esses números alarmantes reforçam a urgência de ações e políticas públicas efetivas para combater a violência direcionada à comunidade LGBTQIAPN+. A começar pela contabilização oficial dessas mortes. “O Grupo Gay da Bahia sempre solicitou ou reivindicou que o poder público se encarregasse das estatísticas de ódio em relação a LGBT, negros e indígenas. Mas, infelizmente, as delegacias e secretarias de Segurança Pública deram conta de registrar, em nível nacional, todas as violências de assédio, bullying, espancamento e mortes de LGBT”, disse Mott.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Diversidade do Ceará, mas até o momento não obteve resposta.
GRUPO GAY DA BAHIA
Associação de defesa dos direitos humanos da comunidade LGBTQIAPN+, o Grupo Gay da Bahia é a mais antiga organização não governamental (ONG) da América Latina em relação à pauta. Há 44 anos, a ONG coleta dados sobre mortes por homicídio e suicídio dessa população LGBTQIAPN+ por meio de notícias, pesquisas na internet e informações obtidas com parentes das vítimas.
MORTES VIOLENTAS DE LGBTQIAPN+
Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023 foram registradas 257 mortes violentas, sendo:127 travestis e transgêneros;
118 gays;
9 lésbicas; e
3 bissexuais.
Opniao CE