Saúde mental está relacionada ao equilíbrio entre a mente e o corpo, mas mantê-la em ordem é um desafio para cerca de 320 mil moradores de Fortaleza. Essa é a quantidade estimada de pessoas adultas que referem diagnóstico médico de depressão na Capital cearense. Em relação ao percentual de adultos, Fortaleza é a primeira capital do Nordeste com mais casos, empatada com Natal (RN).
O dado foi calculado a partir da pesquisa Vigitel 2023, publicada pelo Ministério da Saúde após contato com moradores de todas as capitais brasileiras. Em Fortaleza, 13,2% dos entrevistados relataram depressão, percentual maior que os 11,4% encontrados na Vigitel de 2021, primeira que investigou esse transtorno mental. À época, eram estimados 308 mil fortalezenses com o problema.
Na nova análise por gênero, houve um avanço maior entre os homens: o número cresceu de 8,1% para 10,4% nos dois levantamentos. Entre as mulheres, passou de 14,2% para 15,6%.
Diante do problema, no mês de janeiro, as redes de saúde desenvolvem a campanha Janeiro Branco, que tem como principal objetivo gerar conscientização individual e coletiva sobre a urgência na discussão dos temas voltados para a saúde mental.
Para Niveamara Sidrac, presidente do Conselho Regional de Psicologia 11ª Região, os dados da Vigitel são um alerta para a qualidade “do tempo que estamos vivendo”, atravessado por estresse, desemprego, dívidas, satisfação com o trabalho e problemas de relacionamento.
“É importante pensar em saúde mental não como algo do indivíduo, mas um problema de saúde coletiva. Aquele indivíduo que adoece é um termômetro do quanto aquela sociedade está adoecida, e acaba adoecendo aqueles ao seu redor. As pessoas hoje estão numa fragilidade emocional muito grande, principalmente adolescentes e adultos jovens”, observa.
Com informações do Diário do Nordeste.