Ceará: Falta de chuva deixa gado magro e impacta setor agropecuário



 A falta de chuva no sertão cearense traz impactos negativos para os criadores de animais. Não há pastagem nativa. O gado está ficando magro e produtores já registram morte de bovinos. É o caso do criador Antônio de Clóvis, na localidade de Grossos, zona rural de Iguatu. “Neste mês de janeiro morreram cinco bois. Não tenho condições de comprar ração e alimentar os animais”, contou. “A terra está seca, sem pastagem nenhuma”.

A dificuldade de criação de gado de forma extensiva neste começo de quadra chuvosa (fevereiro a maio) gera preocupação entre os agricultores. Quem percorre áreas de criação de gado aqui na região Centro-Sul do Ceará, que depende da pastagem nativa para se alimentar, encontra a terra seca e os bichos soltos lambendo o chão atrás de algum capim.

“É um quadro desolador para os pequenos criadores”, pontua o veterinário do escritório da Ematerce, em Iguatu, Mauro Nogueira. “Só tivemos aquela chuva do dia 1º de janeiro passado e depois uma chuvinha fina, e infelizmente a previsão é de um período de chuva curto e abaixo da média”.

Os criadores observam que entre janeiro e dezembro passado não choveu no sertão local. Exceto a chuva da virada de 2023 para 2024, já são mais de oito meses de estio e isso contribuiu para a pastagem nativa morrer.

No último mês de janeiro, em Iguatu, a chuva ficou abaixo do esperado. Foram registrados 84% a menos no distrito de Quixoá e 40% de déficit na região do Baú. O esperado para o período é de 135mm.

E para agravar o quadro, este mês de fevereiro começa sem chuva. A previsão da meteorologia não é animadora. Chuva por aqui só a partir da segunda quinzena deste mês de fevereiro que deve se estender até março, isto é, um período muito curto de chuva ou como diz o sertanejo um inverno pequeno e ruim.

O produtor rural Graziano Sobreira Palácio tem condições de dar um pouco de sal mineral e ração para os animais e está reformado um pequeno açude em sua propriedade na localidade de Carnaúba, zona rural de Iguatu, mas teme que a chuva demore a molhar a terra para o nascimento da pastagem nativa. “Todos estão com dificuldades para segurar o gado, sem deixar cair. No meu caso, estou reforçando a alimentação com sal com proteína e complemento com concentrado – resíduo e massa de milho”.

Com informações do Jornal A Praça.

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