A ligação de políticos do Ceará com facções criminosas é mais que acusações entre sussurros nos corredores ou instrumento de ataque em palanques eleitorais ou na contrapropaganda clandestina. órgãos de repressão ao crime organizado encontram cada vez mais vestígios da presença das organizações dentro da política cearense. Por enquanto, nenhuma operação robusta
foi defl agrada no Estado e nenhum político de forma direta foi alvo de punições, como prisão ou cassação, por exemplo, o que não afasta os tentáculos de facções criminosas em gestões cearenses. Há investigações em curso no Ceará que apuram o vínculo de vereadores e secretários com organizações, como confi rmou ao O POVO representante do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O nome da fonte será preservado, com menção apenas à instituição. Ele ressalta que as suspeitas operam justamente no campo dos indícios que são apurados
nessas investigações. Segundo informações que o órgão averigua, vereadores teriam sido eleitos em 2020 com apoio e dinheiro de facções, principalmente do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ligação também envolveria pessoas de dentro das gestões municipais, como secretários e até prefeitos. No caso dos chefes de Poder Executivo, a investigação não fi ca com a Gaeco, mas com a Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap). Os nomes no radar teriam relação com células das facções já estabelecidas no Estado. Ou seja, o comando das ações não seria feito de São Paulo ou do Rio de Janeiro e sim de forma mais próxima. “Uma célula do Comando Vermelho já dentro do Estado. Não é aquela coisa afastada. Já temos municípios específi cos, mas não posso mencionar. Tem um que já foi alvo de investigação nossa, mas não conseguimos identifi car, só conseguimos novas informações”, destacou ainda o representante. A confi rmação acontece após os contornos de facções em gestões cearenses entrarem em foco nacional com reportagem do Estado de S.Paulo apontar a infi ltração de integrantes do PCC e do Comando Vermelho (CV) em municípios para capturar contratos milionários.
Além do Ceará, a ação dos criminosos foi detectada em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Para as facções, há a oportunidade de conseguir lucros e ainda lavar o dinheiro do tráfi co de drogas em atividades lícitas. O interesse marca um avanço das
facções que antes centravam apenas na interferência nas eleições. O secretário da Segurança no Ceará, Samuel Elanio, afi rmou que a pasta faz trabalho de inteligência para coibir a presença de membros de facções criminosas nas prefeituras. A ação também visa evitar a infl uência dos grupos criminosos nas eleições municipais. Entretanto, o secretário achou prematuro afirmar que faccionados estejam se infiltrando no processo eleitoral do Estado. Segundo ele, as informações não condizem com informações “atuais”. “O que foi ventilado na imprensa não condiz
com informações atuais, são antigas”, disse em evento. “É muito prematuro falar que existe o ingresso de membros de grupos criminosos nas eleições, mas as inteligências estão trabalhando”, garantiu.
A fala aconteceu após a ocorrência de duas chacinas no mesmo dia, no sábado, 17 de fevereiro, o dia com mais assassinatos registrados no Ceará desde 2020. Entre as vítimas, o secretário municipal da prefeitura de Aracoiaba e o genro do vice-prefeito. Um dos suspeitos que foi preso de ter participado da execução, também seria suspeito de integrar uma facção criminosa. A motivação, conforme o delegado titular da Delegacia do Município de Aracoiaba, Eduardo Menezes, seria vingança por um homicídio em outro município. O alvo era apenas uma das vítimas que, conforme as investigações, tinha ligação com o grupo criminoso rival de Baturité.
facções que antes centravam apenas na interferência nas eleições. O secretário da Segurança no Ceará, Samuel Elanio, afi rmou que a pasta faz trabalho de inteligência para coibir a presença de membros de facções criminosas nas prefeituras. A ação também visa evitar a infl uência dos grupos criminosos nas eleições municipais. Entretanto, o secretário achou prematuro afirmar que faccionados estejam se infiltrando no processo eleitoral do Estado. Segundo ele, as informações não condizem com informações “atuais”. “O que foi ventilado na imprensa não condiz
com informações atuais, são antigas”, disse em evento. “É muito prematuro falar que existe o ingresso de membros de grupos criminosos nas eleições, mas as inteligências estão trabalhando”, garantiu.
A fala aconteceu após a ocorrência de duas chacinas no mesmo dia, no sábado, 17 de fevereiro, o dia com mais assassinatos registrados no Ceará desde 2020. Entre as vítimas, o secretário municipal da prefeitura de Aracoiaba e o genro do vice-prefeito. Um dos suspeitos que foi preso de ter participado da execução, também seria suspeito de integrar uma facção criminosa. A motivação, conforme o delegado titular da Delegacia do Município de Aracoiaba, Eduardo Menezes, seria vingança por um homicídio em outro município. O alvo era apenas uma das vítimas que, conforme as investigações, tinha ligação com o grupo criminoso rival de Baturité.
O Povo