O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil), defendeu a presença de uma polícia comunitária na Capital, visando auxiliar no combate à criminalidade e à insegurança instauradas pelo crime organizado. Ao OPINIÃO CE, o presidente do Diretório Estadual do União Brasil no Ceará lembrou o “Ronda do Quarteirão” como uma política de sucesso na temática. A ação, implementada pelo Governo do Ceará durante o mandato do agora senador Cid Gomes (PSB), em 2007, durou até 2017. Wagner destacou que “por falta de continuidade ou de planejamento”, o programa deixou de existir.
“Eu quero uma Guarda Municipal na praça, dando aula de defesa pessoal e realizando atividade esportiva com a meninada. Uma polícia comunitária, como foi o Ronda do Quarteirão lá atrás, que por falta de continuidade ou de planejamento acabou deixando de existir”, disse.
O pré-candidato ao pleito na Capital afirmou que a melhor forma de combater o crime organizado é entrar nas áreas da cidade oferecendo serviços. “Se você entrar já para fazer a repressão, você vai ter uma certa rejeição até da própria população, que não quer ficar no meio de um tiroteio”. Conforme ele, a população quer que o Estado entre em seu local de moradia para oferecer serviços.
Como exemplo, o ex-deputado federal citou a praça do Morro do Santiago, no bairro Barra do Ceará. “A vista é uma das mais belas de Fortaleza. Mas quem mora lá embaixo não tem coragem de subir, porque [a área] é dominada pela facção”. O postulante ao Paço Municipal destacou uma reforma que a gestão do prefeito José Sarto (PDT) realizou no espaço, mas que ainda falta mais para garantir a segurança do povo.
“A Prefeitura fez o papel dela em relação à obra, mas não tem a garantia de quem vai subir vai poder descer em paz sem ser assaltado ou sem ser vítima do crime organizado. Temos que entrar requalificando os espaços, com a realização de eventos, estimulando a ocupação do espaço público, melhorando a iluminação, e, logicamente, com a presença das forças de segurança. Aí tem que ter a parceria da Guarda Municipal, que é da Prefeitura, com a Polícia Militar e com a própria Polícia Civil. Se a gente entrar primeiro com o serviço e em seguida com o aparato de segurança a coisa vai fluir muito melhor”, completou.
Ainda durante a entrevista, ele disse que tem como proposta dobrar o número de guardas municipais que existem atualmente em Fortaleza.
ILUMINAÇÃO PÚBLICA E TECNOLOGIA
Wagner citou a falta de iluminação pública e o mal uso da tecnologia como fatores agravantes da insegurança. Acerca do primeiro fator, ele ressaltou o calçadão do Vila do Mar, na Barra do Ceará. “De dia, é a coisa mais linda do mundo, mas à noite você não consegue enxergar nada. Eu ficava imaginando, ‘se eu estivesse a poucos metros, ali na Beira-Mar, você teria iluminação e a movimentação de pessoas por conta do comércio”, destacou.
O pré-candidato, já tido como um consenso entre o União Brasil para o pleito, como destacou, afirmou que a Capital poderia ter “uma Beira-Mar” na região mais pobre de Fortaleza, “pujante como a Beira-Mar dos ricos”. “Dá para transformar o Vila do Mar num local agradável, só que para isso a gente precisa melhorar a iluminação pública, a gente precisa realizar eventos públicos e ter a garantia de segurança com a estrutura da Guarda Municipal”.
Sobre o investimento em tecnologia, o ex-parlamentar deu o exemplo de São José dos Campos, em São Paulo. “A cidade é completamente monitorada. O bandido sabe que, se tiver uma câmera filmando ele, ele não vai cometer o crime ou, se ele cometer, vai ser identificado e, posteriormente, preso”.
“Infelizmente, a tecnologia aqui no Ceará é usada para multar o veículo. Se você passar lá na Avenida Carlos Jereissati, a “Avenida do Aeroporto”, e seu carro estiver com o IPVA atrasado, a multa chega na sua casa primeiro do que você. Essa mesma tecnologia serve para monitorar o crime organizado, mas não está sendo utilizada”.
Opniao CE