Loja é acusada de aplicar golpes no Ceará e outros estados




Mulheres têm relatado ser vítimas de golpe por parte de uma loja de roupas femininas que atua na internet. Conforme os relatos, a loja se apresenta como Marilu nas redes sociais, sendo sediada em Fortaleza e realizando entregas para todo o Brasil. No entanto, clientes de três estados garantem que não receberam os produtos e nem o dinheiro das compras de volta.

Uma das mulheres afirma que no dia 27 de julho do ano passado uma compra no valor de R$ 363 foi realizada por ela no Instagram da loja. Segundo a publicação, a entrega era imediata, mas após a finalização da compra o prazo foi alterado para até 30 dias úteis. Porém, a entrega não foi realizada e o pagamento, que havia sido feito via pix não foi estornado. De acordo com a denúncia, a proprietária recusou fazer a devolução do dinheiro e solicitou um prazo de 120 dias, que também não foi cumprido.

Uma outra vítima relatou algo semelhante, afirmando que as 15 peças que ela havia comprado não foram entregues dentro do prazo em decorrência de um atraso na produção dos itens. Nesse sentido, foi dado um prazo de cinco dias para que a entrega fosse concluída, mas o acordo não foi cumprido tampouco houve a devolução da quantia paga. Outra cliente afirmou ainda não conseguir sequer contato com a loja para obter algum tipo de satisfação sobre a demora da entrega de seus produtos.

Com base nas denúncias, são 10 mulheres vítimas do suposto golpe aplicado pela Loja Marilu. As clientes são residentes dos municípios de Fortaleza, Caucaia, Canindé e Jijoca de Jericoacoara, no Ceará; Pirapora, em Minas Gerais; e Mossoró, no Rio Grande do Norte. As compras foram realizadas pelo Instagram através do perfil que possui mais de 100 mil seguidores e seis mil publicações. O estabelecimento possui site próprio e canal de vendas, além de atendimento ao consumidor (SAC).



Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), no ano de 2024, duas reclamações foram oficializadas contra a Loja Marilu. Dessa forma, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon) solicitou explicações na ocasião de duas audiências, mas a empresa não compareceu em nenhuma das oportunidades.

A Polícia Civil informou que investiga as acusações de estelionato e reforça a importância do comparecimento das vítimas nas delegacias responsáveis para fornecer mais detalhes dos casos. Vale ressaltar que a população também pode contribuir repassando informações através do número 181.

Direitos do Consumidor

Conforme Telma Valéria, assessora técnica do Procon Assembleia, em casos como esses, a primeira coisa que o cliente deve fazer é reclamar diretamente com o fornecedor. “É preciso abrir o protocolo e explicar que a
motivação da reclamação é o atraso da entrega. Mesmo que o protocolo de atendimento não solucione o problema, o contato prévio do consumidor junto à empresa é importante porque será gerado um documento que comprova a tentativa de resolução da situação do descumprimento. Nesse caso, o consumidor deve procurar o órgão de defesa do consumidor, o Procon, para tentar resolver”, explicou.

Caso não seja possível resolver no Procon, na esfera administrativa, o consumidor deve procurar o Judiciário e ingressar com ação de reparação de danos materiais e morais. No entanto, se for fraude ou um golpe, significa que o consumidor comprou um produto que nunca existiu em estoque porque a empresa ou a oferta são mentirosos. Dessa forma, esses casos de fraude financeira devem ser registrados em um boletim de ocorrência na polícia.

Dicas

Antes de realizar uma compra online é importante sempre conferir os dados comerciais da empresa e do comércio eletrônico, já que os canais de venda virtuais são obrigados a fornecer os dados, como razão social, endereço, telefone e CNPJ. Caso esse site não ofereça esses dados, o consumidor deve desconfiar dessa plataforma.

Outro fator que merece atenção é o valor do produto. Se o item estiver com o preço muito reduzido pode ser um sinal de fraude na internet.

Rede ANC

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